Adair Oliveira

A exposição Brinquedos à Mão – Coleção Sálua Chequer é um convite ao brincar. Primeiro, começa-se pelo acervo com mais de 900 brinquedos que fizeram parte da infância das crianças até a década de 1990, mas que ainda divertem a garotada de comunidades interioranas do Nordeste brasileiro. Algumas peças podem ser manuseadas por adultos e crianças que visitarem a mostra.

Depois, no espaço Cantinho de Brincar, os pequenos da “geração Y” poderão conhecer e brincar com carrinhos de boi e aviões feitos de madeiras, bonecas de tecido, pula corda, bolinhas de gude, piões, entre outros passatempos e jogos.

Com abertura, hoje (23), às 19h, na galeria Vitrine, da Caixa Cultural, a exposição pode ser visitada até 23 de agosto, de terça a domingo, das 9h às 21h. A programação inclui ainda oficinas, destinadas a educadores, de resgates de brincadeiras tradicionais, parlendas e estórias, em agosto.

“A característica da exposição é que todos brinquem”, frisa Chequer, que divide a curadoria do trabalho com o artista visual Zé de Rocha. “Nosso objetivo nunca foi contra a interação das novas formas de recreação proporcionadas pelos games eletrônicos e demais suportes de interação virtual, mas, sim, de levar possibilidades lúdicas aos visitantes”, conta ela.

Mais que brinquedos
Sálua Chequer pesquisa brinquedos artesanais há mais de 30 anos

Sálua Chequer pesquisa brinquedos artesanais há 30 anos (Foto Wilson Militão)

O projeto pessoal de Chequer, colecionadora e pesquisadora de cultura popular, teve início há 30 anos. Segundo ela, as boas lembranças da infância na região cacaueira da Bahia a estimularam a começar sua pesquisa e coleção de peças feitas artesanalmente e coletadas em suas pesquisas de campo pelo interior nordestino. Sua admiração vem da dedicação, cuidado e tempo dispendido pelos artesãos para criar objetos simples, que possibilitam entrar no mundo da fantasia, e ao mesmo tempo sofisticados, que para serem utilizados exigem o contato físico e o manuseio.

Segundo Zé de Rocha, o brinquedo popular traz em si o encantamento dos jogos lúdicos. Não são objetos criados para o deleite visual, mas, vetores que incentivam a interação e a troca. “Um simples pedaço de pano ou madeira tem a capacidade de, numa simples brincadeira, criar mundos e transformar vidas”, diz.

A cultura do brincar e a materialização da atividade nasceu na Alemanha, em oficinas de entalhadores de madeiras ou de fundidores de estanho. A partir da metade do século 18, os brinquedos passam a constituir o mercado de fabricantes especializados. As indústrias, que antes legavam a produção de brinquedos ao segundo plano e cuja fabricação era limitada, passam a repartir entre si as diferentes tarefas que culminariam na produção do brinquedo a ser vendido como mercadoria.

SERVIÇO
Brinquedos à Mão – Coleção Sálua Chequer
Quando: 24 de junho a 23 de agosto, de terça a domingo das 09h às 21h
Onde: Galeria Vitrine da Caixa Cultural Brasília (SBS Quadra 4, lotes 3/4)
Quanto: Gratuito
Classificação: Livre
Informações: 3206-9448 | 3206-9449