(acima) Ricardo III integrou a programação do Cena Contemporânea

 

Adair Oliveira

Teatro Dulcina, quarta-feira (24) — No palco seco, um quadro em branco, uma mesa. No quadro, em cada lado, são descritas as Casas Reais de York e de Lancaster, a dinastia de Plantageneta e suas ligações. A partir desse simples dispositivo genealógico, o ator Gustavo Gasparani vai conversando com o público sobre a condição humana onde ambições, desejos e ânsia por poder traçam o destino do Duque de Gloucester, que conquistou o trono da Inglaterra. Com uma narrativa empolgante, nós, o público vai sendo envolvido nessa trama e abandonando a falsa ideia de que a obra do dramaturgo William Shakespeare é de difícil entendimento ou para poucos.

“Fomos buscar em Dario Fo, o autor teatral italiano, algumas pinceladas, como o ator narrador para contar a história”, conta Gasparani, que divide a adaptação dramatúrgica com o diretor Sergio Módena. “Ao mesmo tempo esse narrador representa diversos personagens, principalmente o protagonista que é a grande força motora na trama e que gera todo o conflito. Os personagens essenciais permaneceram travando então um verdadeiro embate com o protagonista”, explica.

Gustavo Gasparini com o diretor Sergio Módena

Gustavo Gasparini com o diretor Sergio Módena

Com uma 1h30 de duração, esta leitura da Ricardo III, que encerra a tetralogia do final da Guerra das Rosas (1455-1485), possibilita ao público acompanhar bem a integridade e atmosfera da narrativa, sem banalizar a obra.  O projeto, integrou a 16ª edição do Festival Internacional Cena Contemporânea e retoma o encontro entre Gustavo Gasparani e Sergio Módena iniciado, no ano 2012, quando dirigiram o musical As Mimosas da Praça Tiradentes, que rendeu a Gasparini o prêmio Shell de melhor ator.  Agora com Ricardo III, recebeu indicação, de todos os prêmios do Rio de Janeiro (Shell, Cesgranrio, APTR e FITA), na categoria melhor ator. No Prêmio FITA, o espetáculo recebeu indicações de melhor direção e foi vencedor na categoria melhor ator.