(acima) A Família Dionti, de Allan Minas
O universo infantil abre, o primeiro dia da mostra competitiva do Festival de Cinema, no Cine Brasília. O espelhamento do temas não direcionado ao público infanto-juvenil mostra três operações diferentes no roteiro para abordam questões existenciais e terror.
No longa metragem A família Dionti, de Alan Minas, a narrativa é construída por meio do gênero realismo fantástico. Uma família no sertão mineiro tenta lidar coma perda da mãe. Ela evaporou, derreteu de amor. Enquanto o pai interpretado pelo ator Antônio Edson, os filhos Serino (Bernardo Santro) e Kelton (Murilo Quirino). Enquanto família, principalmente, o pai, a cada chuva espera pelo retorno da mãe. Junto a espera o olhar atento do pai com medo que alguns dos filhos tenha herdado a doença da mãe.
Até que um dia chega na cidade Sofia (Anna Luiza Paes Marques), na escola, a aluna filha de artistas de circo vai mudar a vida do caçula Kelton. A partir do realismo fantástico, a fita coloca questões existenciais sobre a vida com simplicidade, inocência e lirismo. Por exemplo, a necessidade do amor através da paixão dos pequenos e questões ligadas a necessidade de estar aberto para o mundo e para o que traz para as nossas vidas.
Curtas — Command Action, de João Paulo Miranda Maria, integrou a première mundial na Semana da Crítica de Cannes (2015). Se tratarmos o roteiro como uma ação dramatúrgica: a ida de um menino a feita para comprar legumes para sua família. Porém, esse resumo narrativo muda quando ele vê numa banca ukm robô a pilha. Um menino está comprando legumes para sua família numa feira livre, mas de repente algo muda em seu caminho. Todo trabalho é conduzido por um estranhamento pela construção imagética e sonora “ Não é algo voltado para o realismo que busquei mostrar, mas, sim, o escape, o afastamento por estados de presenças”, releva João Paulo.
O segundo filme, À Parte do Inferno, de Raul Arthuso, entra na seara do terror a partir do aparecimento de uma mancha no armário da casa de uma família que começa a crescer. Durante a história estabelece uma comunicação telepática com diversos sem-teto, que se reúnem diante do local. “É um filme para cinéfilos que consegue chegar no resultado sem ficar na metalinguagem”, ressalta a mediadora e crítica de cinema Maria do Rosário Caetano.
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Hoje | às 20h30, Cine Brasília
Mostra Competitiva
Tarântula, de Aly Muritiba e Marja Calafange, 20min, PR (16 anos)
Rapsódia para o Homem Negro, de Gabriel Martins, 24min, MG (12 anos)
Fome, de Cristiano Burlan, 90min, SP (10 anos)