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Adair Oliveira

Espetáculo teatral é uma reflexão sobre como é pensar o país como um Estado complexo e suas cordiais diferenças

A curta temporada do espetáculo Projeto brasil, da Companhia Brasileira de Teatro, no Centro Cultural Banco do Brasil, somente até domingo (17) é uma ação que instiga qualquer artista que se propõe investigar, propor questões ou tentar construir uma identidade a cerca do nosso país. E esse exercício de pensar e falar sobre o Brasil por outra via torna-se mais difícil devido a influência de gramáticas tão estabelecidas, como: o carnavalesco, o tom acima, o novelesco, temas, há anos utilizados pelos veículos de massa para tratar o país.

No entanto, a potência da narrativa cênica, em Projeto Brasil, está em escapar desse lugar comum e da não apresentação de uma obra teatral convencional, mas um encontro com ideias e caminhos. No trabalho, o diretor Marcio Abreu e os intérpretes Giovana Soar, Nadja Naira e Rodrigo Bolzan aliados ao músico Felipe Storino, trazem posicionamentos acerca do mundo contemporâneo, entre eles: a solidão propiciada pelo meio virtual, a insuficiência do modelo tradicional de família, a luta dos homossexuais pelo reconhecimento dos seus direitos civis e o avanço tecnológico associado ao comportamento do ser humano, o discurso do ex-presidente uruguaio José Mujica proferido na ONU e outras vozes.

Diante dessas falas, a pauta da peça é uma reflexão sobre como é pensar o país como um Estado complexo e suas cordiais diferenças. De acordo com o Abreu, um dos ponto centrais do trabalho é falar sem falar expressamente, tratar de outras coisas para tratar do Brasil. Esta outra dimensão de trabalho é um reflexo também da impossibilidade de falar sobre o país, num momento onde as coisas ainda estão acontecendo, numa velocidade muito grande”, conta.

 

Tendo em vista a impossibilidade de dar conta de tudo por meio da palavra, outras formas de linguagem artística como a performance e a escultura compõe as cenas apresentadas para o público. A criação coletiva do espetáculo é o resultado de uma pesquisa nas cinco regiões do país que leva para o palco cenas que ao mesmo tempo em que defendem a importância da diferença, das especificidades de cada indivíduo, a montagem frisa a igualdade entre todos. Afinal, um Brasil que torcemos e ansiamos.

 

SERVIÇO:

Quando | Hoje, às 21h; domingo às 20h.

Onde | Centro Cultural Banco do Brasil (SCES Trecho 2 – Brasília)

Quanto | R$10,00 e R$5,00 (meia entrada) | (funcionários da Petrobras com crachá e clientes Petrobras com cartão pagam meia entrada na compra de até 02 ingressos)

Informações:(61) 3108-7600

Fotos | Marcelo Almeida

Classificação indicativa | 16 anos