Numa união saudável, o casal deve sentir amor e atração. Deve expressar sentimentos, resolver problemas que surgem naturalmente, respeitar diferenças individuais, ter responsabilidade por suas ações sem esperar que o outro resolva suas carências, relacionar-se com seu parceiro (a) também fora do casamento em eventos sociais, cultivando amigos e interesses diversos: acadêmicos, culturais, de lazer etc.
A crença de que os conflitos internos passam com o casamento está errada. Não passam. Aliás, pioram, porque problemas e expectativas são depositados sobre o parceiro. É aí que entram em cena terapeutas, atuando com o que se convencionou chamar “terapia de casal” e fazendo cair por terra o velho ditado: “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher”.
No processo terapêutico o profissional busca conhecer sobre a vida de cada um antes de se casar. O que buscava no parceiro. O que esperava do casamento. Como era o lar de onde veio. A partir daí, sem atuar como um juiz, o terapeuta vai atrás de razões para a crise do casal e, com apoio de ambos, propõe caminhos para apaziguar as discussões, alcançar a compreensão e trazer de volta o encantamento. Questões da vida íntima de um casal, como insatisfação sexual e casos extraconjugais, são tratados primeiramente entre o indivíduo e o seu terapeuta para, depois, serem trabalhados em conjunto.
Os casais participam de sessões semanais, o tempo de tratamento varia de acordo com a gravidade do conflito, e o casal compromete a realizar tarefas em casa, que envolvem desde passeio à dois até a leitura de livros. Mas é vital que ambos queiram superar o problema, se apóiem e ainda haja amor e atração sexual.
Buscar o terapeuta não deve ser como última opção, mas, infelizmente, a maioria
dos casais vê a terapia como o recurso final para resolver problemas. Casais inteligentes procuram os terapeutas mesmo em tempos de paz ou quando têm pouco tempo de relação. O importante é prepará-los para que os desentendimentos não corroam o amor.
Cátia A. Silva. Musicoterapeuta e Analista Junguiana.
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