São cerca de 5 milhões de aplicações de “botox” por ano, estima a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética. Ele representa quase um quarto de todos os procedimentos cosméticos, cirúrgicos e não cirúrgicos, realizados globalmente. “É um tratamento que se tornou muito popular porque é minimamente invasivo e traz ótimos resultados. Cada vez mais pessoas se interessam”, opina o dermatologista Erasmo Tokarski. Os brasileiros estão entre os que mais utilizam a toxina botulínica: ocupam o 2º lugar no ranking, atrás apenas dos Estados Unidos.
Este ano, Tokarski participou do 1º Encontro Internacional do Instituto Médico da Allergan, em Londres. Foi ela quem criou o produto conhecido por BOTOX, que acabou se tornando o nome popular para todas as marcas de toxina botulínica. “As técnicas estão sempre se aprimorando. No encontro, eu vi várias novidades que vão ser lançadas, mas ainda sem prazo determinado. Duas muito interessantes foram o uso de botox para ejaculação precoce e botox em creme e líquido para hiperidrose axilar”, conta.
Os avanços têm proporcionado um resultado mais natural e expandido as utilidades. Os tratamentos com toxina botulínica começaram em 1989, quando a Food and Drug Administration (FDA, a “Anvisa americana”) aprovou o uso para estrabismo, por ser capaz de relaxar os músculos oculares. No Brasil, o botox foi aprovado em 1992.
Principais usos
Hoje em dia, a toxina botulínica é logo associada às rugas, mas foi somente em 2002 que a FDA aprovou a utilização para fins estéticos, que se consolidou como emprego mais comum da substância. Mas ela é útil em diversos tratamentos: hiperidrose (suor excessivo), enxaqueca, bexiga hiperativa (contração de músculos da bexiga que provocam vontade urgente de urinar), blefaroespasmo (contrações muito frequentes nos músculos das pálpebras dos olhos, que fazem o paciente piscar de forma exagerada), entre outros.
A toxina botulínica é indicada para suavizar e prevenir as rugas dinâmicas. Essas são as que aparecem ao realizar movimentos faciais, como sorrir. São os conhecidos “pés de galinha” e marcas de expressão na testa. Nem sempre o botox é o tratamento adequado. “Para as rugas estáticas, que são mais profundas e aparecem mesmo quando a pessoa está séria, um procedimento melhor pode ser o preenchimento com ácido hialurônico. Cada caso exige uma avaliação”, explica Tokarski.
Quando começar a utilizar a toxina botulínica
O botox pode ser aplicado já na infância, mas por motivos de saúde, como o estrabismo. “Por razões estéticas, o ideal é aplicar quando surgirem as primeiras rugas, porque ajuda a evitar que elas se agravem. E cada pessoa tem um envelhecimento diferente. Dependendo do caso, o tratamento pode começar antes dos 30 anos”, afirma. O dermatologista, porém, aconselha a ter bom senso. “Quando não há necessidade, o resultado pode parecer artificial e exagerado”, alerta.
O procedimento
A aplicação dura em torno de 15 minutos e é feita com pequenas agulhas. Se necessário, pode ser utilizada uma pomada anestésica. “Parece simples, mas é fundamental se consultar com um profissional qualificado. Ele vai garantir que o produto é de qualidade e aplicado da forma correta, diminuindo as chances de complicações”, explica.
É incomum, mas podem ocorrer leves hematomas, inchaço e até fraqueza de outros músculos, o que pode deixar a pálpebra temporariamente caída, por exemplo. Apesar do nome “toxina”, não é necessário se preocupar com o botulismo, doença que prejudica o funcionamento muscular. “A toxina botulínica é um produto biológico, produzido por uma bactéria. Mas a quantidade utilizada para tratamentos estéticos é muito pequena, não há riscos”, avisa o dermatologista.
A grande maioria dos resultados são bem sucedidos. O efeito geralmente é observado após 3 dias e alcança o ápice em cerca de duas semanas. “É um tratamento que rapidamente garante uma expressão mais suave e rejuvenescida”, destaca Tokarski. A duração geralmente é de 4 a 6 meses. “Após várias aplicações, o músculo pode se enfraquecer e o efeito durar mais tempo. Por outro lado, a pessoa também pode desenvolver resistência. Nesse caso, passamos a usar outro tipo de toxina botulínica. As mais comuns são o tipo A e B”, descreve o especialista.
Dados interessantes
– Em 2014, foram realizadas quase 5 milhões de aplicações de toxina botulínica em todo o mundo. Ao todo, foram 4.830.911 procedimentos. Esses sãos os dados mais recentes da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética.
– O Brasil está em 2º lugar no ranking de 2014, com 355.581 aplicações. O 1º lugar é dos Estados Unidos, com mais de 1 milhão de aplicações: 1.353.996.
Fonte: Divulgação