O encerramento do Luxo de Festa 2016 prometeu grandes emoções. O idealizador do evento, César Serra, subiu ao palco para anunciar o casal vencedor do Casamento Luxo de Festa. O projeto promove um casamento completo, do convite à Lua de Mel, com fornecedores e parceiros. Uma comissão julgadora de verdadeiras Fadas Madrinhas elege as cinco melhores histórias de amor e é César Serra quem dá a palavra final sobre o casal ganhador. Este ano, o casamento será duplo. Mãe e filha vão celebrar, juntas, o amor.

 A filha, Brenda, inscreveu os pais, Celso e Maria do Amparo, que nasceram no mesmo dia: a mãe no Maranhão e o pai em Goiás. Eles se conheceram, por acaso, em Brasília e nunca mais se desgrudaram. Hoje têm três filhos e já tentaram realizar o casamento duas vezes em cerimônias comunitárias do governo, mas nunca tiveram sucesso.

Brenda e o irmão também nasceram no mesmo dia. Ela também está noiva e ano que vem vai se casar no mesmo dia dos pais, por uma decisão da produção do Luxo de Festa.A reação do casal vencedor - crédito Bruno StuckertConfira a história, na íntegra:

HISTÓRIA ESCOLHIDA PARA O CASAMENTO LUXO DE FESTA 2017

“Me chamo Brenda e vim contar à vocês a melhor história do mundo! Quem acha que o destino não existe, só pensa assim porque não conhece a história dos meus pais.

No dia 06 de janeiro de 1970 no estado do Maranhão nasceu minha mãe. Pouquíssimas horas depois, naquele mesmo 06 de janeiro de 1970 nasceu meu pai, em Goiás. Destino para alguns, coincidência ou ação Divina para outros, assim que tudo começou. Os dois são de origem muito humilde, quando criança, sofreram o que nenhuma criança merece sofrer.

Aos 12 anos minha mãe veio a Brasília e morou sozinha desde então, meu pai veio com 15, depois voltou para Goiás, e retornou novamente para o alistamento militar. Ao sair do serviço militar, ele começou a trabalhar como entregador de pizza e minha mãe trabalhava como vendedora.

Vamos à história! Certo dia meu pai fez uma ligação por engano e quem atendeu a ligação? Alguém consegue adivinhar? Meu pai gostou da voz da mulher desconhecida e eles começaram a conversar, no meio da conversa descobriram que eles nasceram no mesmo dia, mês e ano. Após essa descoberta eles decidiram se encontrar. Após o encontro começaram a namorar e em pouco tempo depois a morar juntos.

Como eles não tinham a mínima condição de casar nessa época, adiaram as formalidades, afinal, eles eram muito novos e não tinham condições. Depois de alguns anos morando juntos minha mãe engravidou com isso o sonho da cerimônia se afastou mais ainda. Meu pai passou a trabalhar em período integral, só ia em casa para dormir, pois só assim eles conseguiam pagar o aluguel da minúscula casinha de fundo na qual moraram e juntaram dinheiro para o dia da minha chegada. O tempo foi passando e a batalha nunca teve fim, junto com os desafios o sonho do casamento se mantinha de pé.

Em 1999, quatro anos exatos após minha chegada, minha mãe deu a luz ao meu irmão (sim, meu irmão nasceu no dia do meu aniversário, assim como aconteceu com meus pais) Com isso, as coisas ficaram mais apertadas ainda e a prioridade deles passou a ser totalmente os filhos. Esqueceram os seus sonhos de vez e passaram a viver por mim e meu irmão.

Três anos depois, minha mãe engravidou do meu irmão caçula e entrou em depressão. Se mal tinham dinheiro para criar os dois filhos, imagine um terceiro. A abdicação total extrapolou todos os limites e assim se mantém até os dias atuais.

Mesmo com todas as dificuldades, eles sempre nos deram tudo o que estava ao alcance deles. Lembro de, quando criança, ir à escola com meus pais para eles completarem o ensino médio, me lembro de ver meus pais com tempo somente aos finais de semana, pois eles saíam de madrugada para trabalhar e voltavam somente à noite após os estudos, lembro de apesar da rotina ver minha mãe passar a madrugada inteira em claro estudando para a prova da faculdade, para não se sair mal e correr o risco de perder a bolsa de estudos.

Minha mãe nunca esqueceu o sonho de se casar, sempre fica triste quando tocam no assunto, ano passado, meu pai a pediu em casamento, com direito a pedido de joelhos. Foi indescritível a alegria da minha mãe ao chegar em casa e me contar o que havia acontecido, nos abraçamos e choramos muito, só eu sei como isso era importante pra ela.

Eles chegaram a marcar duas vezes para se casar em cerimônias coletivas organizadas pelo governo, mas o destino mais uma vez veio e tirou esse momento deles. Sempre que entregavam toda a documentação, alguma prioridade aparecia e eles eram impedidos de seguir em frente.

Eu também estou noiva, e, ao falar para ela que eu iria me inscrever, ela disse: \”Se inscreva minha filha! Quero que você tenha o casamento que eu não pude ter!\” Nesse momento não pensei duas vezes: é a história dos meus pais que eu vou contar!
Quero ter a única oportunidade da minha vida de dar o casamento dos sonhos para minha mãe, digno de uma princesa!

Quero levar meu pai ao altar e, de lá, observar minha mãe vestida de noiva caminhando até nós. Sempre esperei pela chance de devolver a eles tudo o que eles sempre nos deram e nada mais justo, depois de todos os momentos difíceis até aqui. Eles são o nosso exemplo de todas as coisas boas existentes e é neles em que me espelho como exemplo de casal e ser humano.

Espero que, junto com vocês, eu possa realizar o maior sonho da mulher da minha vida e finalmente poder ver o destino seguir o fluxo natural e cumprir aquilo que ele começou a rabiscar naquele 6 de janeiro de 1970.”

 

Fonte: Divulgação 

Fotos: Bruno Stuckert