É possível viver sem eles, mas ninguém quer perdê-los. Os cabelos são uma parte importante da aparência e da autoestima das pessoas. As madeixas também exercem uma função protetora (contra a radiação solar, por exemplo) e são capazes de dar relevantes pistas sobre a saúde do organismo. “Os cabelos podem indicar vários problemas que afetam todo o corpo. Isso porque vários fatores podem provocar queda e fragilidade dos fios, como estresse, distúrbios hormonais e carência de nutrientes”, destaca o dermatologista Erasmo Tokarski.
Segundo o último censo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (de 2006), a alopecia (a perda dos cabelos, na nomenclatura médica) está entre as 10 queixas mais frequentes nos consultórios dermatológicos, em pacientes de 15 a 39 anos. A estimativa é de que 60% dos homens e 30% das mulheres de todas as idades apresentem o problema, de acordo com a Biofibre, fabricante de fibras para implante capilar.
Outras causas comuns para a alopecia são lesões no couro cabeludo, principalmente quando deixam cicatrizes; dermatites, que costumam provocar caspa, coceira e vermelhidão; uso de medicamentos, sendo que o caso mais famoso é o da quimioterapia; uso de produtos químicos, por exemplo, produtos irregulares ou falsificados para alisamento dos fios; quadros infecciosos e doenças crônicas, como o lúpus; contaminação por fungos, como micose no couro cabeludo, mais frequente em crianças; e herança genética.
O período pós-parto também traz preocupação. “Nos meses seguintes ao nascimento do bebê, é normal ocorrer uma queda maior dos fios, mas o ciclo se regulariza naturalmente com o tempo. De modo geral, o quadro ocorre por causa das alterações hormonais ou por alguma deficiência nutricional, sendo que a mais comum é a de ferro”, explica Tokarski.
Alerta para tratamentos errados
A alopecia pode ser temporária ou definitiva. “Qualquer que seja o caso, é fundamental procurar um médico, para identificar o tipo de alopecia, as causas e o melhor tratamento. Do contrário, a pessoa pode acabar perdendo tempo com soluções caseiras e terapias sem comprovação e até mascarar a verdadeira origem da queda de cabelo, deixando um problema de saúde se agravar”, afirma o especialista.
Em junho deste ano, a SBD divulgou uma nota de esclarecimento, alertando que profissionais sem o devido treinamento “contribuem para o risco de maus resultados, de sequelas irreversíveis e outros possíveis prejuízos à saúde desnecessários aos pacientes”. A nota explica que apenas cirurgiões plásticos e dermatologistas com treinamento cirúrgico são autorizados oficialmente a realizar transplante capilar e outros procedimentos cirúrgicos que visam a restauração capilar em diferentes partes do corpo, como barba, bigode, sobrancelha e cicatrizes.
O texto ainda avisa que “cursos de fim de semana” e outros eventos de curta duração estão se proliferando e sendo oferecidos a biomédicos, farmacêuticos e enfermeiros, “ignorando a lei e principalmente a cautela à saúde”
Possíveis soluções
Existem vários tratamentos que podem reverter ou minimizar a alopecia. Exemplos são o uso de medicamentos e o transplante capilar, quando o cabelo do próprio paciente é transferido para a parte calva. Nesses casos, o resultado costuma demorar alguns meses para aparecer.
Felizmente, também existem opções mais rápidas e que podem disfarçar a calvície enquanto o resultado do tratamento mais longo não chega. Uma delas é o Biofibre, implante de fios biocompatíveis com o couro cabeludo. “Uma das maiores vantagens desse método é o resultado imediato. Os fios já são colocados no tamanho que o paciente quer”, descreve Tokarski. “E o pós-operatório é muito simples. Depois do procedimento, a pessoa pode continuar as atividades cotidianas, como praticar esportes e lavar a cabeça normalmente”, acrescenta.
No Brasil, existem 13 opções de cores, em três estilos: liso, ondulado e cacheado. Os fios são macios, finos, flexíveis e muito resistentes. Geralmente, são necessárias duas sessões. Na primeira, são implantados poucos fios, para testar adaptação do couro cabeludo, e na segunda o implante é finalizado. O procedimento dura entre duas e três horas e utiliza uma anestesia local. Em média, são utilizados de 800 a 1500 fios.
A única desvantagem é que, como os fios não crescem, há certa limitação no visual. Depois de cortar o cabelo curto, por exemplo, seria necessário trocar os fios implantados por outros mais longos para retomar o comprimento. O Biofibre também não é compatível com amônia, mas permite o uso de clareadores sem a substância.
Saiba mais
Há dois tipos principais de alopecia. Na vertente “areata” ocorre a queda de pelos em áreas específicas, geralmente formando círculos sem cabelo e sem alterações na pele. Ela atinge igualmente crianças, homens e mulheres e está ligada a predisposição genética, desencadeada por fatores como estresse e fenômenos autoimunes.
Já a vertente “androgenética” tem mais relação com fatores hormonais e é mais frequente nos homens, podendo levar à perda total dos fios. Nas mulheres, a incidência é maior após a menopausa e tem um padrão difuso e lento, o cabelo vai se tornando “ralo”.
Créditos: Divulgação