Na última sexta-feira (26), o Iesb da Asa Sul sediou o encerramento da 4ª edição do Vestindo Cultura com um grande desfile. Patrocinado pela Secretaria de Cultura do DF, por meio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC), o desfile contou com oito estilistas de marcas locais, que toparam o desafio de criar coleções inspiradas em histórias de livros. O resultado não poderia ter sido melhor: diversidade, explosão de cores e muita cultura. Quem entrava no auditório logo se deparava com a exposição de fotos de Hay Torres, que contou com imagens dos looks que foram apresentados no desfile. Logo no início do evento, que começou às 16h, Beatriz Schwab, uma das realizadoras do evento, discursou sobre a importância da leitura, além de ter homenageado Marylene Kern, falecida este ano, que participava, até então, da produção do Vestindo Cultura.
Em seguida, foi a vez da proprietária da Agência Scouting Marina Sakamoto soltar a voz. Ela contou aos presentes que a produção de cada um dos 35 modelos foi diferenciada, buscando a autenticidade das coleções. “Chiquinho Alves foi o cabeleireiro e maquiador. Tudo foi feito com muito carinho”, disse. Antes do início do desfile, o grupo de dança Lollipops fez uma bela performance, alegrando a plateia. E a expectativa para ver os looks na passarela só aumentava.
A primeira marca a desfilar foi a Zinc, da estilista Flavia Oliveira, com o livro Nas borbaduras de um botão, de Karla Calasans. Flavia valoriza os materiais brasileiros e sempre busca inovação e exclusividade em suas peças. Ela também associa a marca a projetos sociais anualmente realizados, como a campanha do agasalho. As palavras-chave do desfile foram desabotoar, leveza feminina e botões.
A segunda marca foi a Babado de Moça, da estilista Ellen Cristina, com o livro Duzinda, de Clotilde Chaparro. O desfile foi emblemático: mostrou a violência psicológica e moral sofrida pelas mulheres dos anos 30, com peças de tecido crepe e algodão. A mensagem final, no entanto, foi a de que a mulher pode dar a volta por cima e se reeguer.
Logo em seguida, vieram as peças de Fernanda Dias, da marca Difuzi, com o Best-seller Mercado Editorial, de Andrey do Amaral. Fernanda se inspirou nas máquinas de escrever, criando uma estampa com as letras das máquinas no papel reciclado. O resultado causou surpresa no público. As cores da coleção foram o preto, o branco e o off-white, e a forma básica foi a cintura marcada, honrando os anos 50.
Com muita ousadia, Samir Félix, da Balboa Gate, aceitou o desafio de criar uma coleção macabra, baseada no livro A colheita final, de Antonio Pinto Ferraz. Os cortes foram diferenciados e as camisetas, oversized. Além disso, Samir estampou suas peças com cruzes e símbolos demoníacos, honrando a obra de Antonio Ferraz.
Para quebrar um pouco do lado escuro da vida exaltado na coleção da Balboa Gate, Gabriela Rodrigues, da marca Loop, criou uma coleção para quem gosta de pensar grande. Baseando-se no livro Pense grande, de Alex Bonifácio, ela trouxe muita cor para a passarela. Finalista do concurso Novos Talentos do Park Fashion 2011, Gabriela atua como produtora, consultora de moda e vitrinista.
Já Andreia Monteiro e sua mãe, Nágela Maria (marca homônima), criaram uma coleção bem leve e colorida, baseada na obra Meu primeiro dia de Aula, de Rafael Alvarenga. Estampas infantis e bem alegres tomaram conta da passarela.
Após Nágela Maria, foi a vez de Nubia do Carmo, da marca Duca mostrar sua coleção. Com o livro Gestão da Cultura, de Selma Santiago, ela montou cinco looks que representam o estilo de cidades com cachoeiras e trilhas. Os modelos entraram com um ar bem despojado, descalços e com os cabelos molhados, transmitindo uma atmosfera tranquila e bucólica para a plateia.
Já Cida Carvalho, dona da Biena Art Wear e Ateliê de Albuquerque, encerrou o desfile tocando em um tema muito pertinente nos dias de hoje: a violência contra a mulher. Baseando-se no livro Um Soco na Alma, de Beatriz Schwab e Wilza Meireles, ela mostrou uma coleção voltada para a luta diária das mulheres. A mensagem final foi a de que as mulheres nunca devem se resignar.
Créditos: Divulgação| Fotos: Fernanda Furtado