Abuso no uso da web pode causar problemas psíquicos e sociais já na infância
A internet é sem dúvida uma das maiores e mais importantes ferramentas da vida cotidiana. Com os novos tempos e a evolução da tecnologia, mudamos nossa rotina e também a forma com que encaramos o mundo. Preocupada com o ingresso dos pequenos na web, a Sociedade Brasileira de Pediatra lançou uma cartilha alertando sobre como as crianças devem lidar com a internet, trazendo dicas práticas para os pais controlarem o contato deles com o mundo virtual. É a primeira vez que é lançado esta espécie de guia no Brasil, destinado ainda para profissionais que atuem diretamente com meninos e meninas. O conteúdo está disponível gratuitamente em
http://www.sbp.com.br/src/uploads/2016/11/19166d-MOrient-Saude-Crian-e-Adolesc.pdf.
Estudos recentes apontam que as alterações causadas no cérebro pelo exacerbo na utilização da web são similares aos efeitos de drogas químicas, como cocaína e álcool. Mesmo a dependência sendo comportamental, ela causa o mesmo desgaste nas pontas dos neurônios, assim como as drogas. As crianças, por estarem ainda estruturando sua formação, são mais suscetíveis ao problema. Pesquisa realizada pela Public Health England, órgão de saúde do Reino Unido, mostrou que as que passam grande quantidade de tempo navegando na internet tendem a desenvolver algum distúrbio mental, segundo os estudos a exposição à rede por mais de quatro horas diárias representa um grande risco a saúde psíquica dos pequenos. Entre os sintomas estão: sensação de solidão, ansiedade, depressão, baixa autoestima e agressividade exagerada.
Para a psicóloga Lia Clerot, a palavra de ordem é prudência. “Com a popularização dos computadores, tablets e smartphomes a tendência é que esse tipo de dependência se torne ainda mais comum e os pais precisam estar atentos a isso, o que se vê com frequência é que a tecnologia tem sido usada como um meio de livrar os pais da responsabilidade de brincar, ensinar e estar com as crianças. O uso da web não é ruim, desde que seja feito com moderação” ressalta a especialista.
Segundo a profissional, o ideal é que os adultos tenham cautela na hora de estabelecer a rotina das crianças “ É importante criar um ambiente equilibrado onde elas tenham horários definidos. É essencial ter tempo para estudar, brincar ao ar livre, ler, praticar esportes e ter convívio social com outras crianças. Os pais não podem usar a web como babá eletrônica, para a formação deles é importante ter referencial, e isso vem dos adultos”, diz Lia. Segundo a psicóloga é importante ficar atento aos sintomas, e percebendo alterações comportamentais é essencial buscar ajuda profissional. Para o tratamento são indicadas sessões de psicoterapia, tratamento psiquiátrico e em casos extremos o uso de medicação controlada.
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