Nutricionista e dermatologista orientam como se alimentar e proteger a pele durante as festas
O Carnaval é uma temporada de excessos, tanto em aspectos positivos quanto negativos. Os foliões costumam passar várias horas em pé, ao mesmo tempo curtindo e sofrendo com as festas, geralmente sob muito sol e calor. Para garantir que o momento seja de pura diversão, vale seguir algumas dicas de saúde. Veja as orientações do nutricionista Daniel Novais e do dermatologista Erasmo Tokarski.
Cuidados com a alimentação
Um dos erros comuns no Carnaval é passar longos períodos sem comer, apenas consumindo bebidas alcóolicas. Depois, quando a festa acaba e a fome aperta, as pessoas costumam recorrer ao prato mais rápido e gorduroso que encontram pela frente. “Às vezes, em poucos dias, a pessoa boicota parte do esforço de meses de dieta, com bebidas e alimentos muito calóricos. A cerveja, por exemplo, é praticamente um pão líquido”, compara o nutricionista.
“Além disso, o processo de digestão do álcool utiliza muita glicose. A pessoa fica com bastante fome e acaba exagerando na quantidade, também sem se importar com a qualidade da comida”, observa Daniel.
O especialista ainda alerta que há o risco da pessoa passar mal devido a baixa glicemia. “Uma dica é levar na bolsa alguns alimentos de emergência. Pode ser um mix de castanhas, frutas desidratadas, barrinhas de cereal, biscoitos integrais e até chocolate, de preferência o amargo”, orienta.
Os fãs de energéticos devem ter cautela quanto a quantidade. “Não tem problema uma pessoa saudável tomar energético, eles realmente ajudam a dar um gás extra. Mas são bebidas que aceleram os batimentos cardíacos e, em excesso, podem chegar a prejudicar um pouco o funcionamento desse órgão, provocando arritmias, por exemplo”, explica Daniel.
Ele recomenda não ir de estômago vazio para a folia. “Para dar energia, é importante consumir fontes de carboidrato, como macarrão, tapioca, cuscuz, arroz. São alimentos que a gente deve consumir com muita moderação no dia a dia, mas nesse caso eles são indicados. Os melhores são os de baixo índice glicêmico, que liberam a glicose lentamente no sangue, como a batata-doce. E o ideal é que estejam acompanhados de fontes de proteínas”, aconselha.
Outra dica importante é beber água entre uma latinha e outra. “Muitas pessoas se esquecem de beber água porque já estão consumindo outros líquidos. Mas isso é um grande engano, o álcool desidrata o organismo. Beber água ajuda muito a reduzir os efeitos de uma possível ressaca.”
E para se recuperar da dor de cabeça e mal estar do dia seguinte a recomendação é exatamente essa, hidratar-se. A água de coco é uma grande aliada. “Suco de cranberry também é uma ótima pedida, pois auxiliar no processo de desintoxicação.”
Cuidados com a pele, principalmente das crianças
Para quem deseja curtir os animados blocos de rua, é essencial proteger-se da radiação solar. “No Carnaval, as pessoas costumam passar várias horas expostas ao sol. O protetor solar é indispensável para evitar insolação e outros danos a longo prazo, como o envelhecimento precoce e o câncer de pele”, indica o dermatologista Erasmo Tokarski. Para ter uma proteção extra e cheia de estilo, aposte em óculos de sol e chapéus divertidos.
Também é importante ter precaução com as pinturas de rosto, que fazem muito sucesso nos bailes infantis. Nesse caso, é fundamental usar tintas apropriadas para a pele e não para o papel e outras superfícies. “Uma tinta guache, por exemplo, tem componentes que ressecam a pele. À medida que vai secando, ela provoca, no mínimo, uma sensação de desconforto e coceira”, descreve o especialista.
Ele recomenda fazer um teste com a tinta em uma pequena parte do braço, por exemplo, e aguardar algumas horas. Se houver alguma reação adversa, a aplicação deve ser suspensa. Em relação à maquiagem, o ideal é que, ao menos para as crianças, ela seja hipoalergênica. Além disso, não se deve compartilhar rímel, lápis de olho e sombras. A atitude pode acabar espalhando vírus e bactérias, causadoras de conjuntivite e outras irritações.
Outro item que merece atenção são os sprays de espuma. Caso a criança tenha alguma reação negativa, como vermelhidão e ardência, a área atingida deve ser lavada com água corrente. Se os sintomas persistirem, o melhor é ir ao médico.
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