De 10 de março a 30 de abril Brasília recebe obras do mineiro Renato Morcatti em sua primeira mostra individual. O artista expõe séries de esculturas em cerâmica realizadas em três técnicas distintas: o entalhe, a modelagem e a fundição, além de série de desenhos
Por uma visão realista fantástico, seria como se Renato habitasse e executasse sua obra dentro de uma tempestade, envolto por multidão em profusão. E nesta imagem intangível, estão as séries escultóricas em cerâmica realizadas em três técnicas distintas: o entalhe, a modelagem e a fundição:
Entre – Um conjunto de pequenos totens “trancados” em gaiola de aço retangular, uma analogia a questões sobre liberdade, opinião e posicionamento;
Nós – São simulações de molhos de chaves, unidas por anel de couro, suspensas em pregos cravados aleatoriamente na parede. Cada peça é única, chamada de NÓ;
Segredos – Objetos cerâmicos, que são a representação da linha de encaixe dos segredos das chaves que fazem girar o tambor, que apresentadas em agrupamento, provoca uma observação não identificável de suas formas.
Também compõem a mostra as séries de desenhos, Escala Madre, que pela multiplicação de gestos gráficos, Renato determina a escala humana a partir da silhueta de seu corpo, sendo que ferramentas de agricultura que manipula a terra, são suas múltiplas cabeça, assim como no trabalho Escala 3×4.
Pirajá
O nome da inédita exposição PIRAJÁ, surgiu pela confluência de significados, ao procurar a etimologia da palavra e encontrar duas definições. A primeira de origem Tupi, é a junção do termo pira (peixes) + já (repleto), de origem Tupi, como lugar onde se coloca os peixes para serem tratados ou o que está repleto de peixes. Já pelo dicionário Aurélio, seu significado vem da observação de um fenômeno telúrico: aguaceiro súbito e curto, violento e aluvial, acompanhando de ventania, comum nos trópicos, entre a costa da Bahia e os estados nordestinos. Pirajá é também o nome do bairro onde Renato Morcatti têm sua casa/atelier, em Belo Horizonte.
De um lado, há um fazer singular, um elogio mesmo do artesanato, da queima Bizen, por exemplo, que vem da vivência e habilidade do artista com tantos materiais. De outro, uma forma de entender este trabalho como multidão, o que apaga os rastros depositados em cada unidade. Como se uma força anônima fosse arrastando e apagando o rosto, o nome, os traços de cada um de nós.
Serviço
Exposição PIRAJÁ – Renato Morcatti
Local: Museu Nacional da República – Setor Cultural Sul – Esplanada dos Ministérios – Brasília – DF
Informações: (61) 3325 5220
Abertura para imprensa e convidados: 9 de março, às 19h
Visitação: 10 de março a 30 de abril. Terça a Domingo, das 9h às 18h30
Classificação indicativa: livre
Entrada franca
Créditos: Divulgação