Pscicólogos e sociólogos dizem que os opostos provocam sentimentos negativos – de ansiedade, confusão e até mesmo raiva – que podem levar à repulsa
A ideia de que os opostos se atraem tornou-se quase um ditado popular no qual a maioria de nós – (80%), segundo um estudo citado pelo Daily Mail – acredita. Mas, para a maioria dos especialistas, trata-se apenas de um mito.
As conclusões dos estudos que foram sendo realizados nas últimas décadas sobre este assunto apontam precisamente para o contrário. Os opostos muito raramente se atraem.
Donn Byrne, conta o jornal britânico, foi um dos primeiros investigadores a aventurar-se neste assunto. Para perceber o impacto das semelhanças no início da relação, o psicólogo utilizou uma técnica chamada “phantom stranger technique“, qualquer coisa como técnica do estranho fantasma. Em primeiro lugar, é pedido aos participantes que preencham um questionário sobre as suas atitudes. Depois têm de avaliar uma pessoa não real, a partir das respostas ao mesmo questionário.
Ao manipular os resultados do questionário “fantasma”, respondido pela pessoa não real, Donn Byrne conseguiu perceber que os participantes se sentiam mais atraídos pelos perfis mais parecidos com o seu e que, quanto maiores eram as semelhanças, maior era a atração. Para o psicólogo, estes resultados explicam-se com a necessidade da maioria de nós em procurar uma visão consistente do mundo. Assim, aqueles que têm atitudes semelhantes às nossas agradam-nos, enquanto quem não tem gera em nós sentimentos negativos e de repulsa.
Enquanto Donn Byrne falava das semelhanças nas atitudes, Robert Francis Winch, sociólogo, argumentava que aquilo que importava era a complementaridade, ou seja, que aquilo que nos atraía nos outros eram os traços de personalidade que não partilhamos. No entanto, muito poucos estudos sustentam esta teoria. A maioria parece mesmo comprovar que os idênticos se atraem.
“A ideia de que nos sentimos mais atraídos por quem é idêntico a nós é incrivelmente robusta”, escreve o Daily Mail. Um novo estudo, que analisou os comportamentos de 45 mil pessoas em ambientes digitais, concluiu que quem partilhava os mesmos “likes” ou até quem utilizava as mesmas palavras em publicações tinha maior tendência a criar relações de amizade ou romance. A este juntam-se outros 313 estudos, reunidos numa grande investigação, que também dizem que quem se atraem são os semelhantes – e não os opostos.
O ideal, como destacam os especialistas, é esquecer a ideia de que os opostos se atraem – uma vez que isso raramente acontece – e procurar alguém com qualidades e atitudes semelhantes às suas.
Créditos: Visão