Assim como qualquer ser vivo o vinho possui um ciclo. Ele nasce, cresce, perde sua essência e morre. Alguns cuidados são muito importantes para apreciar ao máximo suas características. O vinho precisa “respirar” para liberar seus aromas com mais intensidade, ou quem sabe suavizar seu sabor e ficar mais macios. Vinhos jovens, envelhecidos em madeira, complexos ou estruturados precisam de mais tempo em contato com o ar para oxigenar e mostrar toda sua exuberância.

Vinhos com teor alcoólico mais alto (acima de 14%) também vão se beneficiar com essa oxigenação para evaporar um pouco do álcool. Geralmente os aromas mais fechados, vão ficando mais francos e as características frutadas aparecem mais, os sabores amadeirados dão lugar à baunilha, chocolate, café e os taninos, que antes “amarravam” a boca, podem dar uma amansada e ficar mais redondos e doces.

Mas como fazer para oxigenar o vinho? É só deixar a garrafa aberta por um tempo antes de tomar. Tem gente que faz uso do decanter, que é aquela jarra de vidro ou cristal, que serve para aumentar a superfície de contato da bebida com o ar para ter uma aeração maior. Deixar o vinho oxigenar é a maneira mais fácil de aproveitá-lo integralmente no seu ápice.

Depois dessa explicação, não poderiam faltar dicas de tintos que ficam muito mais atraentes após abertos por um tempo.

Clos de Los Siete 2013: Esse delicioso argentino com 14,5% de álcool, é um corte de Malbec, Merlot, Cabernet Sauvignon, Syrah e Petit Verdot. Já é bom assim que aberto, mas se esperar pelo menos uma hora, verá como os aromas evoluem para ameixas, geléia de amora e essência de baunilha. Tem bom corpo e com o tempo fica ainda mais macio.

Terra d’Uro Finca La Rana 2012: Belo espanhol da região do Toro, que com certeza cresce e aparece com uma boa respirada. Tem aromas complexos como de couro e defumado que evoluem bem em contato com o ar, trazendo notas de frutas negras maduras, especiarias e ervas finas. Na boca, os sabores de madeira, depois de um tempo ficam mais elegantes e os 14.5% de teor alcoólico nem se fazem perceber.

Quinta da Fronteira Reserva DOC 2012: Português divino da região do Douro. No auge dos seus 5 anos de idade, está no momento perfeito para ser degustado. Com 18 meses de envelhecimento em carvalho, esse tinto precisa oxigenar para suavizar os aromas de madeira e mostrar sua exuberância com belas notas florais, de cereja preta e uma pontinha de especiaria como açafrão. Vinho de ótima estrutura e complexidade, que se ficar umas duas horas aberto, vai deixar amaciar seus taninos e aumentar o frescor e sedosidade.

Créditos: Fashionismo