A Bullish investiga irregularidades em empréstimos de R$ 8,1 bilhões do BNDES para a JBS. A Greenfield mira aportes dos fundos de pensão em grandes empresas, entre elas, a Eldorado Celulose, do grupo J&F.
O empresário Joesley Batista presta depoimento na manhã desta quarta-feira, 21, no âmbito da operação Bullish e com a presença de investigadores de outra operação, a Greenfield. A Bullish investiga irregularidades em empréstimos de R$ 8,1 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para a JBS. A Greenfield mira aportes dos fundos de pensão em grandes empresas, entre elas, a Eldorado Celulose, do grupo J&F.
O depoimento foi tomado na Superintendência da Polícia Federal de Brasília. O empresário fala no dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai discutir a homologação do acordo de colaboração dos executivos do grupo J&F. Um dos temas a ser julgado é a imunidade concedida a Joesley.
Em sua delação, Joesley afirmou o investimento de R$ 550 milhões dos fundos Petros e Funcef na Eldorado Celulose renderam pagamento de propina de 1% para os dirigentes dos fundos e outros 1% para o Partido dos Trabalhadores, recebidos pelo então tesoureiro João Vaccari. Os valores eram creditados, segundo o delator, na conta corrente que mantinha com o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega.
Sobre os crimes apurados na Bullish, Joesley afirmou em delação que o ex-ministro Guido Mantega era seu interlocutor para os assuntos do BNDES. Ainda segundo o delator, a propina era pagar para agilizar o trâmite das negociações e liberações de valores.
Embora aponte os pagamentos indevidos no caso dos fundos de pensão e no BNDES, o empresário não assumiu possíveis crimes envolvendo as análises financeiras utilizadas para embasar os aporte dos fundos e as análises de auditorias independentes no caso dos empréstimos do banco estatal. As duas investigações, além da corrupção, investigam possíveis irregularidades praticadas ao longo dos processos internos para liberação dos valores.
Créditos: Estadão