É difícil imaginar a vida sem algumas calças no guarda-roupa. Mas isso é, historicamente, recente para as mulheres: qualquer coisa que não fossem saias ou vestidos era considerada um tabu nos looks femininos até meados do século 20.

Embora já houvesse uma rebeldia aqui e outra ali em coleções de estilistas de vanguarda, como o francês Paul Poiret nos idos de 1909, foi por causa da Segunda Guerra Mundial (de 1939 a 1945) e da necessidade de as donas-de-casa irem trabalhar fora de casa que as calças passaram a ser, aos poucos, aceitas em corpos femininos. Afinal de contas, não daria para trabalhar na linha de produção de uma fábrica usando saias todos os dias, não é?

Coleções de Coco Chanel e o movimento hippie reforçaram a calça como peça fundamental e totalmente aceitável para todas as mulheres, seja no ambiente de trabalho ou no lazer. Dos anos 1960 em diante, não há como dissociar a moda feminina de calças de todos os modelos, dos mais justos aos mais larguinhos, dos mais sóbrios aos mais extravagantes.

“Uma calça sempre fica mais elegante e valoriza uma produção se a cintura estiver na altura da cintura da pessoa. Algumas são mais altas, outras mais baixas. Ela tem que acompanhar a natureza da mulher”, afirma a consultora de moda e estilo Talitha Castro.

Talitha e o stylist Aderbal Freire explicam os principais tipos de calças usados no Brasil e como eles podem valorizar o que a mulher deseja mostrar em seu visual.

Flare

Eis um tipo de calça que só traz benefícios: gera a impressão de alongamento das pernas e, por começar justa e acabar volumosa, equilibra as proporções da parte inferior do corpo (quadris, joelhos e tornozelos) tanto para as magrinhas quanto para as cheinhas. A orientação é que seja usada com salto alto, pois assim a parte final dela (dos joelhos aos pés) tem mais espaço para proporcionar tudo isso. Mas atenção: para ficar elegante, a calça deve cobrir todo o sapato, ele não pode ser visto.

Cintura alta

Perfeita para alongar a silhueta das mais baixas, disfarçar os culotes e também equilibrar o corpo de quem tem tronco comprido e pernas mais curtas. Inversamente, mulheres com pernas super longas e tronco mais curto devem evitá-la, para não criar um visual desproporcional. Como o objetivo é que a cintura apareça, o ideal é que seja usada com blusas justas, que possam ser colocadas por dentro da calça.

Skinny

Ressalta as curvas, o que a torna uma excelente opção para quem quer parecer ou mostrar que é voluptuosa. Os modelos com cós muito baixo devem ser evitados, já que deformam o corpo e alargam muito os quadris; a cintura deve ser um pouco mais alta, portanto. Outro ponto que requer atenção é a bainha, que tem de estar rente à perna, na altura do meio do ossinho do tornozelo. Talitha conta que é comum usarem a skinny alargada na altura dos tornozelos, o que achata a silhueta de todos os tipos de corpos.  A calça skinny pode e deve ser usada com qualquer tipo de top, desde um cropped justinho até uma maxi jaqueta jeans. Tudo fica bom com ela.

Reta

É a preferida para ambientes corporativos ou empregos considerados mais sérios, e não é para menos: trata-se de uma calça “neutra”, que esconde as curvas e não atrai nenhuma atenção para o corpo. Combina bem com tops justinhos e larguinhos, blazers e jaquetas encorpados e sapatos com todos os tipos de saltos. A calça reta é praticamente um curinga para o dia a dia.

Clochard

Ela está com tudo e ajuda tanto a marcar as cinturas finas quanto a simular uma cinturinha em quem tem o corpo mais reto. Como tem bastante volume de pano na região dos quadris, a calça clochard normalmente tem cintura alta, e deve ser usada com um cinto ou uma tira de amarração. Existem duas variações de modelo: uma com pernas afuniladas e outra com pernas retas. Quem quer menos volume nos quadris deve optar pelas retas.

Créditos: Vogue Brasil