Dietas proteicas não são exatamente novidade. Mas, a partir da promessa de se perder até 7 ou 8 kg em um mês, a cetogênica virou a nova estrela do grupo por promover resultados expressivos em pouco tempo. Porém, se encarar uma alimentação somente à base de proteínas é difícil para uns, é certamente polêmico para outros. Entenda os pontos positivos e negativos do método:
O que é?
Como dissemos, as fontes energéticas principais dessa programação vem de proteínas e gorduras, enquanto são ingeridas quantidades mínimas de carboidratos — as principais fontes de energia das células. Ou seja, quem entra no esquema, emagrece horrores por isso!
“A escassez no fornecimento de carboidratos força a maior utilização das reservas do tecido adiposo, formando ácidos graxos e corpos cetônicos para obtenção de energia, aumentando os níveis destes últimos no sangue, daí o nome dieta cetogênica”, explica Leonardo Motta, endocrinologista e nutrólogo da All Clinik (RJ).
Desenvolvida nos Estados Unidos, a dieta cetogênica existe desde a década de 1920, quando era empregada no tratamento da epilepsia de difícil controle em crianças, segundo Leonardo. Hoje as dietas cetogênicas são utilizadas principalmente com o objetivo de perda de peso e de gordura, no tratamento da síndrome metabólica e da obesidade.
Corpos o quê?
É, o nome é estranho, mas sempre que consumimos uma quantidade inferior a 50 g de carboidrato por dia iniciamos um processo biológico emagrecedor! Funciona assim: há a queda da insulina (cerca de 80%), daí vem a elevação do nível de glucagon (hormônio que provoca a quebra de gordura) e, por fim, a formação dos corpos cetônicos. Ah, e sabe o que são eles? Gorduras transformadas em moléculas responsáveis pela saciedade!
Nomes, apelidos e diferenças
Todo mundo já ouviu falar que reduzir carboidrato emagrece. Mas tudo se complica quando aparecem várias dietas diferentes com essa mesma ideia: Dukan, Dr. Atkins, Pronokal, Low Carb e por aí vai. Todas seguem mesmo o mesmo princípio de produzir corpos cetônicos. Porém, são nos detalhes que elas se diferenciam. A Dukan, por exemplo, é mais restritiva em relação às gorduras do método do Dr. Atikins e ainda prevê a inclusão de legumes na alimentação. Portanto, vale buscar a que é mais fácil de adequar a sua rotina.
“As principais diferenças estão nas quantidades de gorduras e calorias totais diárias, todas semelhantes na redução radical de carboidratos”, afirma Leonardo. Na opinião do endocrinologista, a Pronokal é a mais indicada por ser prática e ter baixo teor de gorduras e calorias diárias, promovendo emagrecimento mais rápido e com maior controle pelo médico que a acompanha.
Sai pra lá, efeito sanfona!
Sophie Duram, coach em nutrição e doutora da Universidade de São Paulo, afirma que esse tipo de dieta não funciona porque após certo período, as pessoas voltam a engordar novamente. Segundo Sophie, isso acontece a 95% das pessoas que fazem dieta restritiva.
É possível fugir dessa estatística e fazer parte deste 5%. Muitas dessas dietas preveem a fase da manutenção. É o caso da Pronokal, em que deve ser feito um acompanhamento com nutricionista por até 2 anos. Para funcionar, é preciso aliá-la a exercícios físicos.
“A orientação é fazer junto com a dieta toda uma mudança no estilo de vida, principalmente com ‘ativação’ muscular pela atividade física, que evita a perda de massa magra e mantém o metabolismo otimizado”, aconselha Leonardo.
Nem tudo que reluz é ouro
As principais críticas às dietas baseadas em proteínas são os riscos que elas causam a alguns órgãos. O fígado, por exemplo, pode ficar sobrecarregado. “Esse órgão é o responsável pela manutenção da fonte energética das células na falta da glicose fornecida pelos carboidratos. Ele é fundamental. Por isso, [a dieta] deve ser feita somente se indicada por médicos”, avisa o endocrinologista.
Vale lembrar também que há também estudos que contraindicam as dietas proteicas. Uma pesquisa da Universidade de Granada, que fica na Espanha, afirma que podem causar riscos aos rins, como cálculos renais, principalmente, se feita sem o acompanhamento médico.
Créditos: Glamour