Na véspera de uma viagem de uma semana ao exterior, o presidente Michel Temer decidiu reunir na tarde desta segunda-feira (28) seus ministros no Palácio do Planalto. No encontro ministerial, marcado para as 15h30, o peemedebista irá repassar orientações aos integrantes do primeiro escalão para o período em que ficará fora do país, desta terça até a próxima quarta-feira (6).
Segundo o G1 apurou, Temer quer fazer um balanço do andamento dos programas do governo de forma mais detalhada, ministério por ministério, e apontar suas prioridades para 2018.
Nas palavras de um auxiliar do presidente, esse detalhamento das ações servirá para a criação de uma espécie de “prestações de contas” do governo. Está em discussão no Palácio do Planalto uma campanha para promover as realizações e os projetos em andamento, o que ocorreria após o retorno de Temer da China.
Para 2018, ano eleitoral, o presidente quer um calendário mais claro de quais ações cada pasta poderá concluir. A relação que será executada traz entrega de obras, concessões e aprovação de projetos que ajudam na retomada da economia.
No encontro desta segunda-feira, Temer e seus ministros devem acertar o discurso mais forte de defesa do pacote de concessões e privatizações lançado na última semana. Além disso, o chefe do Executivo federal deve reenfatizar aos auxiliares o discurso de que é crucial aprovar as reformas previdenciária e tributária.
Viagem para a China
Temer tem viagem marcada para a China, onde fará uma visita de Estado e participará da cúpula do Brics, o bloco que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Primeiro na linha de sucessão da Presidência, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vai comandar o país no período em que Michel Temer estiver na Ásia.
A viagem do presidente à China e a dificuldade para obter 307 votos para aprovar, em primeiro turno, as propostas de implantação do “distritão” e criação do fundo eleitoral com dinheiro público devem adiar, mais uma vez, a análise dos textos elaborados pelo deputado Vicente Cândido (PT-SP) para a reforma política.
A ida de Temer ao país asiático vai desencadear um dominó político, que ajudará a inviabilizar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do “distritão” e do fundo eleitoral.
Sem Rodrigo Maia na Câmara, deveria assumir os comandos dos trabalhos legislativos o primeiro vice-presidente da Casa, deputado Fábio Ramalho (PMDB-MG). No entanto, o peemedebista fará parte da comitiva presidencial que embarcará para a China ao lado de Temer.
Por esses motivos, as sessões da Câmara, nos próximos dias, serão comandadas pelo segundo vice-presidente da Casa, André Fufuca (PP-MA), de 28 anos, que é deputado de primeiro mandato.
Preocupados com a inexperiência parlamentar de Fufuca, líderes da Câmara avaliam que seria imprudente colocar sob os comandos do jovem deputado a votação da PEC do “distritão” para as eleições de 2018 e 2020 e do fundo eleitoral abastecido com dinheiro público para bancar as campanhas eleitorais.
Créditos: G1