Quase um ano depois de ser preso, em outubro de 2016, por ordem do juiz Sérgio Moro, que o condenou a 15 anos e quatro meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) retorna nesta sexta-feira, 15, a Brasília, agora sem nenhum resquício do poder e prestígio que o rodeava, para uma série de compromissos com a Polícia Federal e a Justiça, onde vai ficar cara a cara com Lúcio Funaro, seu delator.
Cunha será transferido de Curitiba, base da Operação Lava Jato, onde está preso, para a capital federal em vôo da PF, o mesmo vôo que está trazendo para São Paulo o empresário Joesley Batista da JBS, que teve a custódia preventiva decretada pelo ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal.
Na volta a Brasília, o jato da PF vai fazer uma escala em Curitiba e pegar Eduardo Cunha. Inicialmente, estava previsto que o ex-parlamentar chegaria a Brasília na segunda-feira, 18. A antecipação do retorno de Cunha para esta sexta, 15, facilita os procedimentos e a logística da PF.
O ex-deputado vai ficar em uma cela da Superintendência Regional da PF em Brasília durante alguns dias, período em que será interrogado na 10.ª Vara Criminal Federal, no processo em que é réu também por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em operações fraudulentas no Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) da Caixa. Além de Cunha, são réus nesta ação Lúcio Funaro, seu ex-sócio Alexandre Margoto e o ex-vice-presidente de Fundos e Loterias da Caixa Fábio Cleto.
Na PF em Brasília, o ex-deputado vai ficar à disposição das autoridades para depoimentos em investigações diversas.
Suas obrigações para com a Justiça têm início na segunda-feira, 18, quando ele será interrogado na 10.ª Vara Federal, sob titularidade do juiz Vallisney Oliveira. Neste processo, Cunha é réu por corrupção passiva e lavagem de dinheiro desviados de operações do FI-FGTS.
Como Lúcio Funaro também é acusado nessa ação ambos vão se reencontrar.
Créditos: Estadão