O nome da exposição já sintetiza a força histórica da artista –Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil. E foi dado pelo MoMA, de Nova York, e pelo Instituto de Artes de Chicago, as duas instituições que vão receber uma mostra inédita dedicada a ela na América do Norte. O título fala sobre a mulher que ajudou a formar o modernismo brasileiro e mudou os rumos do que se fazia por aqui. Com destaque para a pintura Abaporu, de 1928, que deu origem ao Manifesto Antropofágico escrito por Oswald de Andrade (e que, em linhas gerais, criticava a dependência cultural brasileira).
As cerca de 130 obras escolhidas para integrar o acervo que estará nos Estados Unidos se dividem entre pinturas, desenhos, fotografias e outros documentos de coleções espalhadas pelo mundo. Elas serão responsáveis por contar a vida da artista a partir das formas sinuosas e da paleta de cores tão características de seu trabalho. Infância no interior de São Paulo, temporada em Paris, a formação do grupo modernista no Brasil (ao lado Oswald e Mário de Andrade, além de outra mulher de absoluta relevância para a época, Anita Malfati) – tudo estará em foco.
No Brasil, articulação entre moda e arte
O start dessa retrospectiva sobre a trajetória de Tarsila começou na última edição do São Paulo Fashion Week. Na mais importante semana de moda nacional, a coleção-cápsula da Osklen riscou a passarela com estampas inspiradas nos icônicos quadros de Tarsila. Além do já citado Abaporu, pinturas como Antropofagia (1929) e Palmeiras (1925) foram impressas em lenços e túnicas. “Ela era uma mulher de vanguarda, vivia com os poetas em Paris e adorava moda”, falou Oskar Metsavah à Vogue.
A mostra Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil passa primeiro por Chicago, com abertura ao público no dia 8 de outubro de 2017. Depois, segue para o MoMA, em Nova York, de 11 de fevereiro a 3 de junho de 2018. Quem estiver em tour pelo hemisfério norte, já sabe: visita imperdível.