Em sua 15ª semana de viagem de volta ao mundo, a jornalista Adriana Bechara dá cinco dicas de Bolonha, Pádua e Veneza, ao norte da Itália.
Grand Hotel Majestic Giá Baglioni, Bolonha
A cidade é famosa pela gastronomia e o restaurante I Carracci está entre os tops da redondeza. Se hospedar aqui é como ter o melhor room service da cidade ao seu dispor, mas descer e disfrutar do ambiente é muito mais interessante. Além da efervescência de ser um point chique da cidade e ter belíssimos afrescos por toda parte, ainda tem uma galeria de fotos de hóspedes ilustres como Lady Di e príncipe Charles. Para completar, a Catedral de São Pedro ganha visibilidade especial de algumas suítes do hotel, como a que nós ficamos, a 402. O santo praticamente abençoa sua estada. É no mínimo uma das vantagens mais autênticas que um hotel poderia oferecer.
A uma hora e meia de carro de Bolonha está Veneza. Lá ficamos na icônica propriedade do Belmond hotel Cipriani. Porque é icônica? Há muitos anos atrás, antes dos grandes grupos hoteleiros se formarem, haviam hoteliers respeitadíssimos no mundo inteiro. O senhor Natale Rusconi, dono do Cipriani, era um deles e recebia membros da aristocracia inglesa como James Sherwood, que havia comprado primeiramente os trens Orient Express. Os dois ficaram amigos e posteriormente James comprou o hotel que viria a ser o primeiro da rede hoteleira inglesa conhecida pelo know-how de luxo e hospitalidade. O mesmo grupo, hoje Belmond, que inclui o nosso Copacabana Palace, começou ali. Fora isso a atmosfera de glamour refinado, a comodidade de um enorme e belo jardim particular e a piscina olímpica a 29 graus são alguns dos muitos segredos do hotel. Sem dúvida nossa experiência ali está entre os grandes highlights da viagem.
Damien Hirst no Palazzo Grassi, Veneza
Veneza é uma tradicional capital da arte e visitar lugares como a coleção Peggy Guggenheim é praticamente mandatório. Mas o grande spot da cidade até o dia 03.11 é a exposição de Damien Hirst no Palazzo Grassi, da Pinault Collection. Treasures from the Wreck of Unbelievable conta a narrativa do naufrágio de um navio grego chamado de Inacreditável. Damien levou dez anos na execução das obras. Fantástica e só não é inacreditável porque é real e está ali exposta para quem puder e quiser ver.
Jardim Botânico de Pádua
Pádua é a capital de Santo Antônio. Uma vez lá, tem de ir à Basílica, mas o programa mais interessante de todos que fiz foi conhecer o Jardim Botânico da Universidade, fundado em 1545, que se orgulha de ter sido o primeiro a estudar as plantas para funções medicinais. Mais que isso, é um programa superinteressante, porque não é grande nem demorado, mas dá uma lufada de ar puro e tranquilidade em uma cidade histórica e repleta de turistas. Além dos jardins bem cuidados e cheios de narrativas, um prédio novo inaugurado em 2014 traz cinco ecossistemas diferentes em estufas, que dão um panorama sobre a diversidade ecológica do planeta. O mix entre o antigo e moderno em um ambiente delicioso para se fazer em temperatura amena.
Gourmetteria, Pádua
Nada de novo que essa região da Itália é coroada pela boa comida. A questão é que tudo é meio igual. No Gourmetteria, provamos a essência da gastronomia local com toque contemporâneo. A cozinha é semiaberta e é possível comer no bar vendo os cozinheiros trabalhando. Não foi o nosso caso, preferimos uma mesa do lado de fora. Menos turistas e mais padovanos à mesa, vimos a disputa acirrada por uma mesa durante o sábado. Vamos às delícias locais: fígado (para quem gosta) al funghi com polenta crispy, bolinho de arroz com recheio de feijão ao molho de tomate, galinha desfiada no creme de fava e panna cotta de chocolate com manga. Tudo mara!
Créditos: Vogue