A Honda divulgou nesta segunda-feira (2) os detalhes técnicos da décima geração do Accord, revelada em meados de julho nos Estados Unidos. Segundo a montadora, o sedã médio-grande é inteiramente novo, desde a plataforma à arquitetura eletrônica, incluindo a mecânica. Em contato com a Honda do Brasil, Autoesporte apurou que o modelo chega no segundo semestre de 2018, importado dos EUA, tal como é atualmente.
Pela primeira vez, o Accord terá somente motores turbo nas versões a gasolina, além do câmbio automático de dez marchas, inédito em sedãs de tração dianteira. O três volumes é o carro de passeio mais vendido da história do mercado norte-americano, com mais de 13 milhões de unidades emplacadas em 42 anos. A unidade de Marysville, em Ohio, aberta em 1982, será a responsável pela produção — foi a primeira de um fabricante japonês no país.
A começar pelas medidas, esta décima geração do Accord está mais encorpada que a atual. A carroceria é cerca de 1 centímetro mais curta no comprimento (4,8 m), mas teve sua altura rebaixada em 1,5 cm (1,45 m), enquanto a largura cresceu 1 cm (1,86 m). O que muda de forma mais radical é o entre-eixos maior em 5,5 cm, chegando a 2,82 metros. As bitolas também estão maiores — 0,5 cm a mais na dianteira e 2 cm a mais na traseira.
A Honda também rebaixou em 2,54 cm a posição ao volante, para realçar a esportividade do sedã — até os bancos traseiros foram reposicionados 2 cm para baixo. O visual também contribui para este aspecto mais musculoso e esportivo. O novo Accord lembra bastante o Honda Civic de décima geração, especialmente na dianteira, com a grade grossa que une os faróis, e a traseira, cujo caimento do teto se prolonga até a tampa, num estilo cupê.
As alterações, por sinal, melhoraram em cerca de 3% a aerodinâmica do sedã. Já a nova plataforma promoveu uma redução razoável de peso — entre 50 kg e 80 kg, a depender da versão. Ao mesmo tempo, o uso de aços de alta-ultra resistência aumentou a rigidez torcional entre 24% e 32% e, na versão híbrida, o pacote de baterias que alimenta os dois motores elétricos foi reposicionado para liberar espaço no banco traseiro.
Por falar em mecânica, o novo Accord pela primeira vez usará apenas motores turbinados. A base da gama traz o 1.5 16V turbo já usado pelo Civic, com 194 cv de potência e um torque de 26,5 kgfm desde 1.600 aos 5.000 rpm. Para as versões de topo foi instalado o mesmo 2.0 16V turbo do Civic Type R, com até 255 cv e poderosos 37,7 kgfm de torque entre 1.500 e 4.000 giros. Este usa o novo câmbio automático de dez marchas, enquanto o 1.5 pode vir acoplado a uma caixa manual de seis marchas ou à transmissão do tipo CVT.
Os upgrades da engenharia são equivalentes aos vistos na nova cabine do sedã, que muda de forma radical, a começar pela ausência de alavanca do câmbio em algumas versões. As marchas são engatadas por teclas, exatamente como nos compactos da Fiat que usam o câmbio automatizado GSR. Outra novidade é o quadro de instrumentos projetado em uma tela de LCD de alta resolução, que permite diversas configurações de layout.
O modelo também terá tecnologias inéditas, que acompanham as evoluções vistas em outros sedãs rivais. Haverá Head-Up display com gráficos modernos, carregamento sem fio para smartphones (via indução magnética) e recursos de segurança ativa e semi-autônomos, como frenagem automática de emergência, monitor de faixa, controle de cruzeiro adaptativo com reconhecimento de placas de sinalização, entre outros.
Na parte de conectividade, o Accord traz uma nova tela multimídia de oito polegadas no alto do painel, em formato wide e sensível ao toque. A central promete operação simples e intuitiva, e oferece as plataformas Apple Carplay e Google Android Auto. Há duas portas USB, conexão Bluetooth e oito alto-falantes a partir da versão Sport. Nos EUA, o sedã será vendido em seis configurações a gasolina — LX, Sport, EX, EXL, Navi e Touring.
Créditos: Autoesporte