Não tem como fugir: o açúcar está presente em vários alimentos. O segredo é diminuir, ao máximo, o consumo e escolher os tipos menos nocivos à saúde

Seja em uma receita de bolo, numa fruta, no cafezinho depois do almoço ou adoçando um suco, o açúcar faz parte da alimentação do brasileiro, sendo impossível excluí-lo por completo da dieta alimentar. Atualmente, os mais conhecidos são o açúcar refinado e o mascavo. Mas existem diversos tipos, sendo eles distribuídos em três categorias: açúcar industrializado; açúcar natural e açúcares derivados do xarope de milho.

De acordo com a nutricionista Enaile Arrais, da NutriCoaching, a diferença entre os açúcares industrializados está no processo e na intensidade de refinamento que eles sofrem. O xarope de milho é feito a partir do amido de milho e, composto por glicose, não apresenta quantidades significativas de nenhum nutriente, sendo utilizado principalmente na confeitaria e em produtos industrializados.

Já com a frutose é diferente, pois a contração varia. “Em cada fruta, encontramos quantidades diferentes de frutose e ela também sofre influência da presença de fibras nas frutas, o que pode alterar o seu índice glicêmico”, explica.

Segundo a nutricionista, o açúcar mais saudável é a frutose, pois é natural. Mas deve ser consumido com cautela, pois, apesar disso, não deixa de ser um açúcar, podendo elevar o índice glicêmico e a resposta insulinêmica no organismo.

Enaile Arrais afirma que o açúcar mascavo é muito bom, pois preserva muitos nutrientes da cana como o magnésio, ferro e cálcio. Mas o açúcar demerara é ainda melhor, pois além de conservar os nutrientes, é livre de agrotóxicos.

De acordo com a especialista da NutriCoaching, “um açúcar com benefícios tanto da preservação de nutrientes quanto do baixo índice glicêmico é o açúcar de coco, que tem sua extração a partir das flores da palma de coco e por não passar por nenhum processo de refinamento, mantém as vitaminas e minerais. Além disso, por ser extraído do coco, apresenta baixo índice glicêmico, ou seja, sua liberação de energia no organismo ocorre de forma mais lenta, o que é muito bom”. Segundo ela, este produto pode substituir o açúcar comum e refinado nas mesmas proporções.

Mas quanto se pode consumir diariamente? Para Enaile, a recomendação da OMS é de 25 gramas de açúcar por dia (cerca de seis colheres de chá), no máximo. Essa recomendação abrange todos os tipos de açúcar, tanto em alimentos naturais quanto adicionados aos produtos industrializados.

Benefícios X Malefícios

O consumo do açúcar mascavo, apesar de ter mais nutrientes, não se torna mais saudável, pois possui índice glicêmico tão elevado quanto do açúcar branco. Já o açúcar de coco é o mais indicado para substituição do açúcar branco, apesar de seu elevado custo em mercados convencionais.

A nutricionista afirma que o índice glicêmico do açúcar mascavo, apesar de apresentar mais nutrientes que o açúcar branco convencional, é tão elevado quanto o açúcar branco. Já o açúcar de coco é saudável sim, e pode ser utilizado em receitas fitness.

Ela lembra que apesar de serem mais saudáveis e utilizarem ingredientes menos nocivos à saúde, estes produtos podem trazer algum prejuízo se forem consumidos sem a orientação de um nutricionista, pela forma inadequada de combinação dos alimentos com relação a índices glicêmicos elevados misturados em uma só preparação.

Uma outra boa opção é o mel, um alimento produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido de flores e processado por enzimas digestivas desses insetos. Ele é armazenado em favos em suas colméias para servir-lhes de alimento. O mel é encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, elee é constituído de diferentes açúcares: glicose e frutose.

Ele também apresenta teores de proteínas e aminoácidos, enzimas, minerais, pólen e outras substâncias como sacarose, maltose, malesitose e outros oligossacarídeos como a dextrina, além de pequenas concentrações de fungos, algas, leveduras e partículas sólidas resultantes do processo de obtenção do mel.

O mel é o único produto doce que contém proteínas e diversos sais minerais, como selênio, cobre, fósforo, ferro e vitaminas essenciais à saúde, como as do complexo B e vitamina C. No mel também encontramos substâncias antioxidantes (flavonóides e fenólicos). Quanto mais escuro, maior concentração de minerais. Quanto mais claro maior a concentração de vitamina C. Ele também é um alimento de alto valor energético e possui propriedades medicinais com ação antibacteriana.

Por fim, há os adoçantes ou edulcorantes, que são substâncias químicas, obtidas de matérias primas naturais ou artificiais desenvolvidas pela indústria de alimentos. O poder adoçante é maior do que o da sacarose (obtida da extração da cana de açúcar), porém apresentam valores baixos ou nulos de calorias. O objetivo destas substâncias é de substituir total ou parcialmente o açúcar.

Hoje existem sete tipos de adoçantes liberados no Brasil pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). São eles: sacarina, aspartame, acessulfame de potássio (acessulfame-K), sucralose, neotame, estévia e ciclamato. O aspartame não pode ser aquecido, diferente do restante, que tem seu aquecimento permitido.

Fonte: Divulgação