Estima-se um crescimento de 50% no número de casos nos próximos cinco anos
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma é celebrado todo dia 26 de maio, doença da visão associada ao aumento da pressão intraocular que provoca atrofia progressiva no nervo ótico e consequentemente cegueira, se não for tratada. O glaucoma atinge cerca de 65 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e é a maior causa de cegueira evitável e irreversível. Atualmente, cerca de 8,4 milhões de pessoas em todo o mundo são cegas devido ao glaucoma. No Brasil, a doença atinge 2 a 3% dos indivíduos acima de 40 anos, o que corresponde a aproximadamente 1 milhão de pessoas e estima-se um crescimento de 50% nos próximos 5 anos devido ao envelhecimento da população brasileira.
Dados apontam ainda que a maioria das pessoas têm conceitos equivocados a respeito do Glaucoma. De acordo com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), por meio de um levantamento encomendado ao Ibope, 40% dos entrevistados acharam que a doença tem cura. Além disso, entre os acima de 40 anos – a faixa etária que está mais sujeita a desenvolver o distúrbio -, um terço não sabe o que é o glaucoma.
“O mais impressionante é que, deste total, a estimativa é de que 700 mil brasileiros nem saibam que têm a doença”, destaca o oftalmologista Marcos Ferraz, coordenador do Departamento de Glaucoma da Clínica Oftalmed. De acordo com o especialista, idade avançada, histórico familiar de glaucoma, afrodescendência e pressão intraocular elevada são os principais fatores de risco.Além destes, outros fatores de risco devem ser considerados, como diabetes, alterações da pressão arterial (hipotensão ou hipertensão arterial), miopia e enxaqueca, e alterações oculares que podem ser investigadas no exame oftalmológico (córnea fina e mudanças no aspecto do nervo óptico).
Envelhecimento
Um estudo norte-americano publicado pelo periódico especializado Journal of the American Academy of Ophthalmology estimou que o número de indivíduos com glaucoma aumentará de 65 milhões para 76 milhões até 2020, e para 112 milhões em 2040.
Como o envelhecimento está diretamente ligado à doença, isso significa que mais pessoas poderão ser afetadas. Segundo o IBGE, se a população continuar a crescer da forma que avançou até 2015 e as projeções da Organização das Nações Unidas (ONU) se confirmarem, a parcela de idosos na população mundial deverá dobrar para 24,6% em cerca de 55,8 anos. No Brasil, essa proporção será duplicada e 23,5% da população será idosa em apenas 24,3 anos, ou seja, menos da metade desse tempo.
Glaucoma
Os dois principais tipos de glaucoma são o de ângulo aberto, que corresponde a cerca de 80% dos casos, tende a ser hereditário e se desenvolve de forma lenta, gradual; e o glaucoma de ângulo fechado (agudo), provocado pelo bloqueio súbito dos canais lacrimais que podem ocasionar dores de cabeça e nos olhos, auréolas de arco-íris ao redor das luzes, náusea e vômitos.
O glaucoma de ângulo aberto é mais comum e, em 80% dos casos, não apresenta sintomas antes de provocar algum nível de perda visual. Por esta razão, ele pode ser diagnosticado tardiamente se o paciente não mantiver uma rotina de acompanhamento médico com um oftalmologista.
Acompanhamento Médico
A periodicidade do acompanhamento médico especializado deve ser o mais individualizada possível e indicada por cada profissional de acordo com a situação de saúde do paciente. Em geral, a recomendação é visitar o oftalmologista para exames de rotina pelo menos uma vez ao ano.
Alguns testes são fundamentais para diagnosticar a presença de glaucoma, a exemplo do exame do fundo do olho, do mapeamento de retina, da medida da pressão intraocular (tonometria), da espessura da córnea (paquimetria) e do exame de campo visual.
A depender do caso, é preciso avaliar as variações da pressão intraocular fazendo a sua medição em diferentes horas do dia com um teste chamado Curva Tensional Diária (CTD). Outros exames podem ser solicitados pelo médico de acordo com a necessidade. Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser controlado e, por isso, é essencial seguir à risca o tratamento médico que for recomendado pelo especialista, seja ele por meio do uso colírios, de intervenções feitas com laser ou cirurgias.
Fonte: Divulgação