Pesquisadores descobriram que esta poderosa combinação tem o poder de “ligar”o sistema de recompensa do nosso cérebro, responsável pela liberação da dopamina.
Já parou para pensar por que é tão difícil resistir a um pedaço de pizza ou uma coxinha, mesmo sem estar com fome?
O estudo “Efeitos supra-aditivos da combinação de gordura e carboidratos na recompensa alimentar”, publicado na revista científica Cell Metabolism no último dia 14 pela Universidade de Yale, nos Estados Unidos, desvendou este mistério.
Pesquisadores descobriram que a combinação do carboidrato e gordura tem o poder de “ligar” o sistema de recompensa do nosso cérebro, responsável pela liberação da dopamina, o hormônio “do prazer”,como nenhum outro alimento.
O estudo contou com cerca de 206 participantes adultos. Os pesquisadores mostraram a eles fotos de refeições ricas em gordura, outras ricas em carboidrato, e por fim, fotos de comidas que combinavam carboidrato e gordura. Após isso, os participantes tinham que estimar quantas calorias tinham em cada item alimentar e estimar quanto pagariam por cada refeição.
“Surpreendentemente, os alimentos que tinham a combinação parecem sinalizar suas potenciais cargas calóricas para o cérebro através de mecanismos distintos. Nossos participantes foram muito precisos em estimar suas calorias”, explicou Dana Small, diretora do Centro de Pesquisa da universidade, e uma das autoras do estudo ao Medical Daily.
Os participantes também estavam dispostos apagar mais pelo alimento que combinava gordura e carboidrato, em comparação aos que continham só gordura ou só carboidrato.
Usando imagens cerebrais em tempo real, a equipe observou como esses alimentos combinados “acendiam” os circuitos neurais no centro de recompensa do cérebro. A resposta foi maior quando comparada a refeições mais doces, refeições ricos em gordura e até mesmo às comidas favoritas dos pacientes.
“Gostar de alguma refeição específica não tem nada a ver com essa resposta no nosso cérebro. Certos alimentos são simplesmente mais difíceis de resistir do que outros”, concluiu Small.
Dieta (bem) diferente de nossos ancestrais
Para entender por que nosso cérebro funciona de tal maneira, os autores estudaram os hábitos alimentares de nossos ancestrais, baseados em fontes naturais de alimentos, que não continham a combinação de gordura e carboidratos.
Hoje em dia, porém, nossas refeições incluem diversos alimentos processados e ricos nesta poderosa combinação, como a famosa pizza ou um donut. Os pesquisadores acreditam que o cérebro humano não evoluiu para lidar com as reações que estes alimentos desencadeiam.
“O ambiente moderno de alimentos fornece nutrientes em doses e combinações que não existem na natureza”, escreveram os autores. “Isso contrasta fortemente com a dieta de nossos ancestrais, que era composta principalmente de plantas e carnes cruas.”
As descobertas podem ajudar especialistas a entenderem como o sistema de recompensa de nosso cérebro contribui para o ganho de peso, promovendo excessos, mesmo que a pessoa não esteja com fome.
Fonte: HuffPost Brasil