A miopia é uma doença ocular que atinge 25% da população mundial e deve alcançar metade até 2050. No Brasil, os números de casos estão entre 22 e 72 milhões de pacientes, segundo pesquisa feita pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Caracterizada pela dificuldade de enxergar de longe, a alteração ocular surge de um vício de refração da luz, onde as imagens são formadas na frente da retina, deixando as figuras distantes desfocadas.
De caráter hereditário ou não, a miopia pode ser causada por meio de fatores ambientais, como medicamentos, alimentos, falta de atividades ao ar livre e principalmente pelo esforço visual excessivo. De acordo com o oftalmologista Hilton Medeiros, da Clínica de Olhos Dr. João Eugenio, a doença pode se agravar conforme os hábitos modernos que possuímos. “No Brasil gastamos em média cinco horas diárias na frente do computador e quatro horas no celular. A tecnologia deixa as pessoas reféns de ambientes fechados, com os olhos ocupados, sem olhar para paisagens e objetos distantes. É então que a miopia se desenvolve”, explica.
Atualmente, há três tipos de miopia, podendo ser classificada como congênita, patológica e noturna. A congênita existe desde o nascimento, onde qualquer contato com raios de luz danifica a visão. Já a patológica se destaca pelo crescimento anormal do olho e anuncia um problema degenerativo em sua estrutura. A miopia noturna ocorre quando o olho apresenta sérias dificuldades para ver pequenos detalhes, dilatando a pupila para capturar mais luz.
No Brasil, não há uma faixa etária predominante, mas os casos costumam iniciar a partir dos seis anos, idade primordial na fase escolar das crianças. O especialista explica que quanto mais rápido o diagnóstico e tratamento, maiores as chances de reverter graus elevados e até mesmo possíveis problemas na retina.
O tratamento para correção da miopia pode ser feito com óculos, lentes de contato ou cirurgia. Óculos são a forma mais simples de corrigir a miopia, porém é lenta. As lentes de contato são uma opção segura e eficiente se usadas apropriadamente, mas nem todas as pessoas podem usá-las. Já o tratamento com cirurgia refrativa pode diminuir ou eliminar a necessidade de uso de óculos ou lentes de contato.
“A cirurgia refrativa visa alterar permanentemente o formato da córnea, o que melhora a visão refrativa. Novas técnicas a laser são capazes de realizar cirurgias cada vez mais avançadas, o que torna os resultados mais precisos”, afirma Hilton Medeiros, apontando que há vários tipos de cirurgias refrativas, e as opções cirúrgicas devem ser discutidas com o médico.
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