Onde ficar, comer e beber na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, em Portugal
Recentemente, estive na Região Demarcada dos Vinhos Verdes, em Portugal, e foi surpreendente o que vi por lá. Principalmente pelo fato de não ser um destino muito badalado quando se trata de turismo de vinhos.
Antes de mais nada gostaria de esclarecer para muitos que ainda não sabem: vinho verde não é verde, ok? Ele pode ser espumante, branco, rosé, tinto e até laranja! Leva esse nome por causa da região onde é produzido, no noroeste de Portugal, na zona tradicionalmente conhecida como Entre-Douro-e-Minho, que é de fato cercada de uma vegetação muito rica e paisagens predominantemente verdes.
Uma das coisas que mais me chamou atenção foram os preços dos hotéis. Dá para ficar feliz num cinco estrelas pagando 70 euros a diária para o casal com café da manhã incluso. Fiquei em dois que certamente voltaria.
A primeira vinícola em que estive, Quinta da Aveleda, foi uma das mais bonitas que já conheci. Com um parque lindo cheio de jardins, lagos e pavões soltos por todo canto. Fora os vinhos que também são ótimos — destaque para o Alvarinho Colheita Selecionada.
Outra que é imperdível é a Quinta de Curvos, eles têm uma infinidade de diferentes espécies de camélias plantadas em toda quinta, uma gruta rodeada por um lago belíssimo e vinhos também muito bons.
Visitei também a Quinta de Paços, a Quinta das Arcas, a Caves Campelo, a Casa da Calçada, a Casa das Hortas, a Adega Guimarães e a Quinta de Caíz. Faltou a vinícola do Anselmo Mendes, que é conhecido como o “rei do vinho verde” e faz os rótulos mais famosos da região.
O que posso dizer é que experimente muita coisa diferente — e surpreendente! Vinho verde, para a maioria das pessoas, é fresco, com baixo teor alcóolico e ideal para se beber jovem. Muitos realmente são e eu, particularmente, adoro isso. Mas permita-se conhecer as muitas surpresas que eles têm para apresentar. Desde os vinhos com ótimo potencial de guarda e complexidade, grau alcóolico mais elevado, tintos interessantes feitos com a uva vinhão que pouco chegam no Brasil, até os brancos macerados com as cascas — no caso, os laranjas.
É claro que depois de uma viagem dessa, com degustações dia e noite, tem sempre aqueles que viram os queridinhos. Não deixem de provar o Alvarinho Casa do Capitão-mor da Quinta de Paços, o orgânico Quinta das Arcas Trajadura Escolha, o Quinta da Calçada Vinhas Velhas, o Quinta de Naíde Grande Escolha da Campello, o Curvos Colheita Selecionada da Quinta Curvos e a incrível aguardente vínica Adega Velha da Aveleda.
Dos restaurantes que estive, minha recomendação vai para o uma estrela Michelin Largo de Paço Relais & Chateaux, em Amarantes, onde o chef Tiago Bonito apresenta um menu primoroso. Outro que também adorei foi o Hool Restaurante, na Praça da Oliveira, em Guimarães. E o Solar das Fontes, a marisqueira mais incrível que conheci em Portugal.
Enfim, uma coisa é certa: bons vinhos e boa comida não faltam por lá.
Fonte: Revista Marie Claire