De acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), anualmente 8,5 milhões de mulheres morrem de doenças cardiovasculares no mundo
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (8 de março), em meio às homenagens, sobra espaço para um assunto muito importante: saúde. A rotina agitada faz com que elas deixem de lado os cuidados com a sua saúde. Isso, associado a maior exposição aos fatores de risco, torna o sexo feminino cada vez mais vulnerável às principais doenças cardiovasculares. A atenção deve ser redobrada na pós-menopausa e, também, nos casos em que o histórico familiar está presente. .
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres. As que mais as acometem são o infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, em 2017, pela primeira vez, o número de mulheres que morreram de AVC se igualou ao de homens, chegando à marca de 50 mil óbitos.
O infarto nas mulheres
O infarto é a insuficiência de sangue oxigenado na área do coração, devido, principalmente, à obstrução de uma artéria coronária. Quando isso acontece, o músculo entra em um processo de necrose, que pode levar à morte celular. Entre os fatores de risco, Dr. Thomas Osterne, do Instituto do Coração de Taguatinga (ICTCor), destaca o histórico familiar, tanto de possíveis doenças genéticas quanto de hábitos errados da mesma família. “Fatores como menopausa, pressão alta, tabagismo, diabetes, sedentarismo, obesidade e colesterol alto aumentam consideravelmente as chances de uma mulher ser acometida por estas doenças, garante.
Com relação aos sintomas, o especialista relata que, muitas vezes, os principais sinais de infarto nas mulheres são totalmente diferentes dos homens. No sexo masculino, a dor no peito é o mais comum, já no universo feminino estão presentes como cansaço, dificuldade para respirar, dor nas costas e na região do queixo e da garganta. Porém nem sempre o infarto provoca sintomas tão característicos, vindo a ser descoberto somente após a paciente ir para o hospital com mal-estar, vômitos e tonturas.
O tratamento inicial deve ser feito em ambiente hospitalar e pode incluir o uso de medicamentos para melhorar a circulação sanguínea e procedimentos invasivos, até mesmo cirúrgicos. Muito utilizada atualmente, a angioplastia com colocação de stent (uma espécie de mola) é a técnica mais comum para tratar a obstrução das artérias coronárias. “Um pequeno tubo, chamado cateter, é colocado em uma artéria do braço ou da virilha e percorre o corpo até o vaso sanguíneo que está causando o infarto. Ele auxilia na desobstrução da artéria e, com a ajuda da mola, normaliza a circulação do sangue, o que impede que o vaso continue fechado”, explica o cardiologista.
O AVC nas mulheres
Assim como o infarto, o acidente vascular cerebral também é consequência da obstrução de artérias. Mas, nesse caso, o fluxo de sangue que é bloqueado é na área do cérebro. Conhecido popularmente como derrame, o AVC, quando não causa a morte, pode deixar diversas sequelas incapacitantes, como problemas de fala, de memória e até paralisias.
Alguns fatores costumam aumentar os riscos de ser acometido por um derrame, Logo, recomenda-se a prevenção. “Mulheres com diabetes, pressão e colesterol altos, obesidade e que passam por muito estresse devem ter cuidado redobrado e ajustar os hábitos diários para se manter em equilíbrio”, aponta Dr. Carla Margalho, eletrofisiologista do ICTCor.
Além destes, a fibrilação atrial, tipo de arritmia cardíaca que consiste em batimentos rápidos e irregulares do coração, também é considerada uma das principais causas do AVC. De acordo com a profissional, quando os átrios perdem o ritmo habitual, deixam de mandar sangue regularmente para os ventrículos, o que pode formar coágulos. “Estes coágulos podem entrar na corrente sanguínea e bloquear as artérias do cérebro. O resultado é um derrame”, conta a médica.
Na área dos tratamentos, a neurorradiologia intervencionista tem papel fundamental, com técnicas minimamente invasivas e de alta eficácia. “Costumamos realizar um cateterismo dos vasos cerebrais, no qual desobstruímos o vaso entupido e liberamos o fluxo sanguíneo”, explica Dr. Eduardo Waihrich, neurorradiologista do ICTCor. Mas, mesmo com toda a tecnologia, o especialista garante que o principal fator para o tratamento dar resultados é o tempo, “O AVC acontece de forma súbita, muito rápida. Logo, deve-se priorizar o combate à doença com foco na prevenção. Após surgirem os sintomas, o ideal é que o paciente passe pelo procedimento nas primeiras seis horas”, finaliza.
Fonte: Divulgação