Espetáculo baseado no texto Bent, de Martin Sherman, segue até este domingo, dia 21 de abril, no Teatro Goldoni.
A peça leva ao público uma nova perspectiva de um dos maiores massacres da história contemporânea da humanidade
Termina neste domingo, dia 21, a temporada da peça teatral “Você me sente?”, em que quatro atores dividem o palco para retratar um dos primeiros registros históricos do holocausto “rosa”: a perseguição nazista aos homossexuais, no final do século XIX, quando milhões de homens e mulheres foram enviados aos campos de concentrações na Alemanha Nazista, entre judeus, ciganos, presos políticos, imigrantes, intelectuais e homossexuais. Eles eram perseguidos, torturados e mortos pelos agentes da Gestapo. O espetáculo, cuja temporada vai de 29 de março a 21 de abril, todas as sextas e sábados, às 21h; e domingos, às 20 horas, no Teatro Goldoni, nasceu de uma pesquisa a partir da adaptação do texto Bent, de Martin Sherman.
O espetáculo foi o primeiro a abordar o drama dos homossexuais no período nazista. O texto original foi livremente adaptado por Rafael Salmona que, a partir da leitura, iniciou um longo processo de pesquisa para realizar a encenação.
“É um relato histórico que abre margem para questionarmos o comportamento da sociedade em relação às diferenças, seja de orientação sexual, religião ou qualquer comportamento que não se submete a um conceito padronizado da sociedade em que está inserido”, afirma Rafael Salmona, que também assina a direção do espetáculo.
A peça
Max é um rapaz de classe média, que vive no meio artístico de Berlim, num contexto permeado por álcool, drogas e sexo. Após uma noite como tantas outras, se vê perseguido por agentes da Gestapo. A partir desse momento, inicia um processo de fuga com Rudy, seu parceiro, até serem presos e levados a um trem com destino ao campo de concentração. No campo de concentração, Max conhece Horst. Essa nova relação o coloca numa posição onde assumir quem verdadeiramente é pode ser o fim de tudo.
Sensível e dramático, o texto inspira a reflexão acerca do papel marginal dado ao indivíduo que foge aos padrões, mesclando o passado perverso com a realidade contemporânea do discurso controverso de um governo que prega que “meninos devem vestir azul, enquanto meninas vestem rosa”.
Por fim, “Você me sente?” convida o público a experimentar o sentir sem tocar, mostrando que nossa capacidade de conectar com o outro vai muito além dos recursos tecnológicos e deve ser um exercício diário nas relações que estabelecemos com as pessoas.
Fonte: Divulgação