O nascimento de um bebê é um momento sempre muito esperado por toda família e em especial para uma mãe, mas infelizmente nem sempre é exatamente assim. Algumas vezes a nova rotina depois do parto traz consequências para as mulheres.

Algumas mães, mesmo alegres e felizes vivenciam uma tristeza e melancolia. Na maioria dos casos é o conhecido baby blues, mas tem um grupo de que enfrenta a temerosa depressão pós-parto. E a pergunta é: como diferenciar um do outro?

Dados da organização não governamental American Pregnancy Association apontam que quase 80% das mães experimentam algum tipo de sentimento negativo ou mudança de humor após o nascimento do bebê. Apesar de esses sentimentos serem comuns é preciso ficar alerta.

A ginecologista e obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe) Raphaela Bueno explica que as principais diferenças estão relacionadas ao tempo e intensidade dos sintomas. “ O Baby blues (também conhecido como tristeza materna) é uma alteração que a mulher pode sofrer no ciclo puerperal. Se inicia geralmente nos primeiros dias após o parto. É um quadro de alteração branda do humor e de um certo estado de melancolia e tristeza. É ocasionada pela queda brusca de hormônios que estão em alta na gravidez. Na literatura encontra-se que entre 50 e 85 % das mulheres podem apresentar sintomas sugestivos de baby blues”, afirma a médica.

Ainda de acordo com a Dra. Raphaela, a depressão pós-parto é uma doença grave, que apresenta sintomas muito parecidos com os do baby blues, porém em maior intensidade e duração. “ É uma condição de profunda tristeza, falta de esperança e desespero que pode acontecer após o parto. É muito importante realizar um diagnóstico precoce nesses casos. As taxas de depressão pós-parto no Brasil hoje estão em torno de 20%”, ressalta a obstetra do Centro de Medicina Fetal (Cemefe).

Alguns fatores que podem aumentar as chances de isso ocorrer, como como quadros depressivos prévios, mães de primeira viagem, casos de malformação ou alteração genética fetal diagnosticadas durante a gravidez, trauma físico ou emocional, dentre outros.

Sintomas 

– Baby blues: nos dias seguintes ao parto podem ocorrer uma série de adaptações do organismo materno que podem cursar com ansiedade, labilidade emocional, choro, irritabilidade e alterações relacionadas ao sono. As mães conseguem cuidar dos seus bebês apesar de não se sentirem plenas para isso. Se trata de uma situação transitória e não costuma durar mais do que 2 semanas.

– Depressão pós-parto: pode se manifestar de diversas maneiras, tais como, a mulher não ter energia e nem vontade de cuidar do bebê, não sentir motivação para viver, sentir-se sempre fraca, apresentar tristeza profunda, necessidade de isolamento, sensação de fracasso, não sentir-se capaz de ser mãe, entre várias outras formas. Esses sintomas costumam perdurar por longos períodos.

Tratamento

– Baby blues: é baseado principalmente no apoio psicossocial e no acolhimento familiar. Por encontrar-se num momento vulnerável algumas mulheres precisam de um tempo para aceitar as mudanças tanto físicas como psicossociais que ocorrem. Como se trata de uma situação muito frequente, é importante que todos se informem e procurem ajuda especializada sempre que possível. O baby blues em alguns casos pode ser um gatilho para a depressão pós parto.

– Depressão pós-parto: existe a necessidade de cuidados médicos intensivos e imediatos. Quase sempre será combinada a terapia medicamentosa e psicoterapêutica. Pode ser necessária uma internação para monitorização contínua em casos mais extremos. O apoio familiar e a presença das pessoas queridas por perto é essencial para o sucesso do tratamento. A puérpera deverá procurar ajuda para retomar o domínio da sua vida, bem como se adaptar à uma nova realidade e com os cuidados que o bebê demanda.

Fonte: Divulgação