Lombalgia (dor da região lombar, que vai da cintura para as nádegas), dorsalgia (dor na região superior das costas) e cervicalgia (dores no pescoço) têm sido as principais causas de tantos brasileiros se afastarem do trabalho. De acordo com a Previdência Social, mais de 83,8 mil brasileiros entraram com pedido de auxílio-doença junto ao INSS no ano de 2017. Nos últimos dez anos, a enfermidade tem liderado a lista de doenças mais frequentes entre os beneficiários do INSS, representando 10,54% do total dos afastamentos.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos adultos sofrerão pelo menos uma crise aguda de dor nas costas durante a vida, sendo que 90% deste total poderão ter mais de uma crise. Essas dores, geralmente aguda e intensa, trazem impactos negativos não apenas do ponto de vista físico, mas também pessoal, profissional e, muitas vezes, financeiro. Por isso, tratar os problemas da coluna desde cedo aumentam a chance de recuperação, trazendo significativos benefícios.
Uma técnica cirúrgica criada há mais de 20 anos e aprimorada pelos expressivos avanços tecnológicos, descomprime as estruturas neurológicas e traz alívio para quem sofre de patologias ligadas à coluna. “O ALIF é uma cirurgia realizada através de uma pequena incisão na parte inferior do abdômen, abaixo do umbigo, que utiliza o trajeto cirúrgico denominado espaço retroperitoneal para chegar à coluna, não necessitando entrar na cavidade abdominal e manipular diretamente os órgãos durante o procedimento. É uma técnica que vem sendo cada vez mais utilizada, principalmente porque tivemos inovações tecnológicas, novos materiais, que transformaram o ALIF em uma cirurgia minimamente invasiva e muito eficaz no que diz respeito à resolução dos principais problemas da coluna. Tudo isto com mínima agressão aos tecidos e órgãos do paciente”, explica o neurocirurgião do Hospital Anchieta, Dr. Eidmar Augusto Neri.
A cirurgia é considerada rápida quando comparada às técnicas convencionais. É realizada por um neurocirurgião ou ortopedista que atua na área de coluna. “Para cada ALIF que nós realizamos a cirurgia dura em torno de 50 a 60 minutos. Então, se for uma cirurgia de um nível de ALIF, só num segmento da coluna, dura ao redor de uma hora. Se forem dois níveis, entre 1h45 e 1h50. Se forem três níveis, no máximo 2h30 h. É um procedimento bastante rápido para uma cirurgia de coluna, principalmente se comparamos ao PLIF (procedimento clássico realizado pelas costas), em que três níveis podem durar até 6h”, acrescenta Dr. Eidmar Neri.
A Técnica de ALIF é considerada de média complexidade por ter algumas etapas bem específicas, mas é segura e de rápida recuperação do paciente. “Para trazer mais segurança ao paciente, todo o procedimento é realizado em conjunto com um cirurgião geral abdominal. Desta forma, o procedimento torna-se mais seguro, ficando a equipe preparada para resolução de qualquer intercorrência. Nos últimos seis meses temos realizado uma média de duas cirurgias de ALIF por semana, sem qualquer problema. Com o avanço tecnológico e equipe especializada, o procedimento tornou-se rápido e seguro”, afirma o neurocirurgião.
Entre as medidas preventivas preconizadas para se evitar os problemas da coluna, a prática de atividades físicas é fundamental. “O controle do peso em conjunto com as atividades físicas realizadas de forma correta são pontos fundamentais para a saúde da coluna. Além disso, o tabagismo deve ser evitado, pois aumenta consideravelmente o risco do paciente desenvolver artrose da coluna. O fumo altera diretamente tanto o disco vertebral quanto a cartilagem da coluna”, conclui Dr. Eidmar Augusto Neri.
O Hospital Anchieta realiza o procedimento de ALIF com frequência, sendo indicado na maioria das vezes para tratamento das patologias osteodiscais, popularmente conhecidas como “problemas de desgastes da coluna lombar”, hérnias de disco, compressão do nervo ciático, artrose, dor lombar irradiada para os membros inferiores, entre outras.
Principais cuidados para prevenir dores nas costas:
– Manter peso ideal para o seu biótipo;
– Escolher cadeiras confortáveis e anatômicas para utilizar durante o trabalho;
– Evitar movimentos repetitivos dos braços e ombros;
– Não carregar peso sem preparo físico (ideal não ultrapassar 10% em relação do peso corporal);
– Não dormir em colchões inadequados, muito duros ou mole demais;
– Evitar fumar;
– Não utilizar salto alto, acima de quatro centímetros;
– Fazer atividade física com supervisão adequada.
Fonte: Divulgação