Ainda sem explicação para sua causa, essa doença inflamatória pode ser tratada com métodos tópicos, sistêmicos e com fototerapia

A psoríase é uma doença inflamatória crônica que se manifesta em sua maioria por placas eritematosas (vermelhas) e descamativas, normalmente elevadas e bem delimitadas, com escamas, geralmente, em tom prateado. Até o momento não há comprovação sobre a causa específica da doença. O dia 29 de outubro foi considerado o dia mundial de conscientização da psoríase. A campanha visa combater o preconceito e melhorar a qualidade de vida das pessoas, através de ações informativas.

O Dr. Luciano Morgado, médico dermatologista, explica que a psoríase acomete principalmente as áreas de extensão do corpo, como os joelhos e os cotovelos. Outra área bastante afetada é o couro cabeludo. “Existe uma predisposição genética ao seu surgimento, sendo a concordância em gêmeos monozigóticos em torno de 65%. Todavia, a não concordância em 100% indica que fatores ambientais também influenciem no aparecimento da doença”, observa o Dr. Luciano.

O médico salienta a possibilidade de a psoríase afetar as unhas em torno de 50% dos casos, sendo as manifestações mais comuns às depressões pontuadas na placa ungueal, o descolamento da unha e as chamadas “manchas de óleo”. “Existe também um subtipo chamado de psoríase invertida, na qual as placas aparecem em áreas de dobras, como a virilha e as axilas. Por fim, a psoríase pode provocar atrite em algumas articulações em cerca de 10% a 20% dos casos”, destaca Morgado.

Em qualquer um dos casos apresentados a doença não é contagiosa, portanto, não há risco nenhum de contaminação através de contato. A psoríase é uma doença inflamatório-imunológica, com importante presença dos linfócitos T e das chamadas linfocinas, como o TNF-alfa nas lesões. Para todos eles, o tratamento se faz necessário para minimizar os sintomas da doença.

Nos casos mais leves, são utilizados hidratantes e medicamentos tópicos à base de corticoides, de análogos da vitamina D e derivados do alcatrão. O Dr. Luciano Morgado explica que, em casos mais intensos, pode ser utilizada a fototerapia UVA ou UVB de banda estreita e também medicações imunossupressoras por via oral, como a ciclosporina e o metotrexato. Um medicamento retinoide, chamado acitretina, pode ser usado nos casos de psoríase pustulosa, em placas generalizadas e palmo plantar.

Algumas novidades na medicina dermatológica trazem melhorias para o tratamento da doença, como os medicamentos “biológicos”, que agem em pontos específicos da cascata inflamatória das lesões da psoríase. “São indicados em casos mais resistentes e em que não houve controle com as medicações anteriores, tendo em vista que são medicações ainda muito caras. Os mais usados são o adalimumabe, guselcumabe, secuquinumabe, etanercept e infliximabe”, completa Luciano Morgado.

Subtipos clínicos da psoríase:

Gotas (ou gutata): com pápulas menores também avermelhadas e descamativas, mais comum em crianças;

 Palmo-plantar: com lesões vermelhas e descamativas nas palmas, plantas e com formação de pústulas nestas regiões (pustulose palmo plantar);

Psoríase eritrodérmica: na qual todo o corpo adquire um tom avermelhado, com menor descamação, nesta forma pode ocorrer febre e aumento de gânglios;

 Psoríase pustulosa: surgem micropústulas difusas pela pele.

Fonte: Divulgação