Cresce número de casos das doenças no país. Gestantes devem ficar atentas aos sintomas

O Ministério da Saúde divulgou em setembro dados sobre a incidência da dengue, chikungunya e zika no país. Os casos de dengue aumentaram quase 600% em relação ao mesmo período (dezembro a agosto) de 2018. Além disso, registrou-se, em 2019, aumento no número de casos das outras duas doenças.

Diante desse cenário e com a proximidade do verão – época mais propícia para proliferação do mosquito transmissor dessas doenças, Aedes Aegypti – é preciso redobrar os cuidados, principalmente grávidas, tendo em vista que as infecções podem causar complicações tanto para a gestante quanto para o feto.

Segundo a ginecologista e obstetra do Hospital da Mulher Anchieta, Dra. Renata Gobato, dengue e chikungunya estão mais relacionadas a complicações maternas, enquanto zika pode gerar comprometimentos neurológicos aos fetos. “Na gestação, o risco de evolução para um quadro de dengue hemorrágica grave é maior do que em mulheres não grávidas. Além disso, infecção por essas doenças estão mais relacionadas a quadros de abortamento. Já a infecção pelo vírus zika pode causar microcefalia ao feto”, explica.

Por isso, é fundamental que se realize um diagnóstico precoce. Os exames para identificar essas três patologias não fazem parte da rotina de pré-natal. De acordo com a médica, as enfermidades são investigadas apenas se a paciente apresentar sintomas, que são muito parecidos. “Febre alta, dores no corpo e nas articulações, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça e coceira pelo corpo são sinais de alerta e que precisam ser avaliados com mais cuidado”, ressalta Dra. Renata.

Tratamento

O mais importante é repouso e hidratação oral, além disso a gestante deve ficar atenta aos sinais de maior gravidade como hipotensão, sangramentos e piora do estado geral.

Prevenção

O controle dos focos do mosquito, o uso de repelentes e, se possível, mosquiteiros são medidas fundamentais.

Planejando a gravidez

Em casos de infecção por zika, antes da gestação, o Centro de Controle e Prevenção de Doença (CDC, na sigla em inglês) recomenda que as mulheres aguardem pelo menos oito semanas do aparecimento dos sintomas para tentar engravidar; para os homens, a orientação é que espere pelo menos seis meses antes de tentar engravidar suas parceiras.

Amamentação

Segundo a ginecologista, não existem evidências nos estudos que indiquem transmissão pelo leite materno, portanto, o aleitamento pode ser mantido em caso de infecções.