Os últimos dados divulgados pela pesquisa Nascer no Brasil: inquérito nacional sobre parto e nascimento, revelam que a taxa de prematuridade brasileira, de 11,5%, é quase duas vezes superior à observada nos países europeus, sendo 74% desses prematuros tardios (34 a 36 semanas gestacionais).

Uma gestação de tempo certo deve durar entre 37 e 40 semanas. A prematuridade pode não dar sinais que irá acontecer e ainda não são conhecidas todas as causas que podem resultar em um parto prematuro. Em diversos casos, não é possível associar uma causa específica.

Qual o risco de ter um parto prematuro?

 Existe risco de prematuridade para mulheres que já tiveram parto prematuro anteriormente, as gestantes de gêmeos ou múltiplos, e as que têm histórico de problemas de colo do útero ou uterinos. Segundo a pediatra neonatologista do Hospital Santa Marta – HSM, Dra. Érika Tinoco, há muitos fatores que determinam a prematuridade, tanto relacionados à mãe como ao feto.

“Em tese, qualquer gestação pode terminar prematuramente. Pode haver problemas como pressão alta na mãe, diabetes gestacional, doença renal, doença autoimune e infecções maternas. Existem também as causas relacionadas à própria gravidez, como a bolsa romper antes da hora sem um motivo conhecido”, explica a pediatra.

Outros fatores que podem resultar em partos prematuros são: ausência do pré-natal, fumo, álcool, drogas, sangramento vaginal, diabetes, obesidade, pressão alta, anomalias congênitas, gestações muito próximas e estresse.

Por que os prematuros precisam de cuidados especiais?

Dra. Érika explica que os prematuros são imaturos, não estão totalmente prontos, como os sistemas imunológico, neurológico e digestivo. Com o passar dos anos, a prática médica dentro da neonatologia teve mais sucesso, segundo a pediatra. “Cada vez mais nascem bebês com idades gestacionais menores. Hoje eles saem bem da UTI com perspectiva de uma vida mais normal”, observa.

A equipe da UTI Neonatal do HSM se preocupa em prestar um cuidado humanizado e também em incomodar minimamente os bebês, além de preparar o ambiente com luz apagada e barulhos filtrados.

Dra. Érika salienta a importância da presença das mães na UTI, onde os profissionais se preocupam com a presença da família para os bebês se sentirem acolhidos, com o contato pele a pele no colo. “Existem vários trabalhos que comprovam que, quando fazemos isso, há melhora na monitoração, as frequências respiratória e cardíaca se abrandam, e há facilidade na regulação da temperatura corporal do bebê”, orienta.

Os cuidados após a alta médica, segundo a pediatra, são importantes para o melhor desenvolvimento dos bebês prematuros. O segmento pós-alta de um recém-nascido prematuro é particularizado, chamado de follow up, porque eles precisam de acompanhamento de perto com mais atenção.

“Existem mais especialidades, além da Pediatria, envolvidas nesse atendimento. Contamos com uma série de profissionais que lidam com a prematuridade. Essas crianças precisam de acompanhamento multidisciplinar”, destaca.

Fonte: Divulgação