Especialista alerta para importância do pré-natal como forma de detectar a doença e fazer acompanhamento adequado

A pré-eclâmpsia é uma das principais causas de mortalidade materna e pode provocar partos prematuros. É uma doença específica da gestação e costuma aparecer por volta da 20ª semana, quando a paciente apresenta hipertensão (14×9) e perda excessiva de proteínas por meio da urina, conhecida como proteinúria.

De acordo com o ginecologista-obstetra e coordenador médico do Hospital da Mulher Anchieta, Dr. José Moura, a pré-eclâmpsia pode evoluir para manifestações mais graves como eclâmpsia, acidente vascular cerebral hemorrágico, síndrome HELLP (causa diminuição das funções hepáticas e outras complicações), insuficiência renal, edema agudo de pulmão, podendo causar morte materna e fetal.

O médico explica ainda que a doença pode ser classificada em precoce ou tardia, a depender do momento em que se manifestar durante a gravidez. “Se for com menos de 34 semanas, é considerada precoce; se for com mais, tardia. Quando ocorre precocemente, pode ter mais complicações para mãe e feto, tendo em vista o comprometimento do desenvolvimento placentário e o tempo maior que falta para o parto”, aponta o especialista.

Embora não seja possível apontar uma causa, o ginecologista-obstetra indica fatores de risco que podem levar ao aparecimento da pré-eclâmpsia, entre eles, hipertensão arterial crônica, gestação em mulheres acima de 40 anos, obesidade, gestação anterior com pré-eclâmpsia e histórico familiar.

Partos prematuros

Conforme apontado, a pré-eclâmpsia pode trazer complicações sérias podendo causar abortamento, prematuridade e sofrimento fetal agudo e crônico. “A prematuridade pode acontecer em virtude da antecipação do parto e a indicação para a interrupção vai depender de alguns fatores como idade gestacional, gravidade da pré-eclâmpsia ou eclampsia e presença ou ausência de complicações”, esclarece Dr. José Moura.

Segundo o médico, as pacientes que apresentam idade gestacional acima de 34 semanas, devem ter sua gestação interrompida. Já as que contam com menos de 34 semanas, precisam passar por uma avaliação criteriosa e decidir pela interrupção caso a continuação da gravidez represente um risco de morte para a mãe.

Prevenção

Segundo o especialista, a recomendação é que se faça o pré-natal corretamente para avaliar e acompanhar o desenvolvimento gestacional e realizar o monitoramento da pressão arterial. “Esse acompanhamento é fundamental para o sucesso da gestação, pois é o momento em que se avalia a pressão arterial, ganho de peso, além de outras orientações importantes como atividade física e dieta balanceada”, ressalta o médico.

Além disso, o ginecologista destaca que cada paciente deve ser acompanhada de forma individualizada e a frequência na realização de exames, quer seja laboratoriais ou ecográficos, vai depender da gravidade de cada caso.

Exame de imagem auxilia no diagnóstico

A ecografia obstétrica com dopplerfluxometria é uma ferramenta que pode ser solicitada para avaliar as artérias uterinas, além de averiguar se a paciente poderá apresentar a doença. A médica do Anchieta Diagnósticos especialista em ultrassonografia, Dra. Mônica Zuazo Ampuero, explica que a utilização do doppler permite verificar o desenvolvimento de alterações de risco materno e fetal, além de acompanhar suas evoluções. “O exame ajuda na previsão da pré-eclâmpsia em pacientes com risco clínico, bem como na avaliação do bem-estar fetal. Nas mulheres com fatores de risco, o exame auxilia no momento do diagnóstico e durante o acompanhamento do pré-natal”, explica.

A médica indica que o exame deve ser solicitado para avaliação de pacientes com fatores de risco para pré-eclâmpsia entre a 24ª e 25ª semana de gestação e, se diagnosticada, deve ser acompanhada com exames semanais ou conforme as orientações do médico assistente.

Não é preciso nenhum preparo para o exame e não há contraindicações. No Anchieta Diagnósticos é possível realizar a ecografia obstétrica com dopplerfluxometria.

Fonte: Divulgação