Dias mais longos e mais claros aumentam o desconforto com a luminosidade

A maior exposição ao sol e os dias mais claros do verão podem agravar, e muito, um sintoma, que está associado a uma condição anormal dos olhos: a fotofobia. Esse problema se caracteriza por um desconforto ou aversão a fontes luminosas, seja ele provocado pelo sol ou mesmo pelas lâmpadas artificiais. “As causas oftalmológicas mais comuns de fotofobia incluem síndrome do olho seco, erros de refração não-corrigidos (astigmatismo e/ou miopia), inflamações, infecções, traumas e até mesmo pós-operatórios precoces de cirurgias dos olhos. Porém, pacientes com conjuntivite, úlceras de córnea (ceratites), inflamações ou infecções intraoculares (uveítes), ou que apresentem abrasão traumática da córnea e uso excessivo de lentes de contato, também podem se queixar de fotofobia”, explica o oftalmologista Eduardo Rocha, médico do Hospital Oftalmológico de Brasília (HOB), empresa do Grupo Opty, que também reúne, em Brasília, o Hospital de Olhos Inob, o Hospital de Olhos do Gama (HOG) e o Centro Oftalmológico Dr. Vis.

Segundo o oftalmologista, embora o desconforto possa atingir indivíduos de todas as idades, é mais comum entre mulheres e em pessoas com mais de 50 anos. A partir dessa faixa etária, costumam ocorrer alterações da superfície ocular como a blefarite e o olho seco. “Os dias quentes do verão acarretam uma evaporação da camada aquosa da lágrima, isso contribui com o agravamento do olho seco e da fotofobia. Dependendo da gravidade do problema, recomenda-se o uso de lágrima artificial (colírio) ou mesmo o tratamento inovador e eficiente: a Luz Pulsada Regulada de Alta Intensidade (E-EYE IRPL)”, destaca.

A sensibilidade à luz também pode ser um sintoma de doenças subjacentes que não afetam diretamente os olhos, como gripe, dengue e sinusite, por exemplo; ou ainda por fortes dores de cabeça e enxaquecas. Para esses casos, o melhor tratamento é descobrir e tratar a causa. Uma vez resolvido o fator desencadeante, em muitos casos a fotofobia desaparece. “Para quem tem aversão natural à claridade, o ideal é evitar a luz solar intensa e outras fontes de iluminação forte. Aconselha-se usar chapéus de abas largas e óculos de sol com proteção ultravioleta (UV), quando estiver ao ar livre durante o dia. Além disso, considere usar óculos com lentes fotossensíveis, que escurecem automaticamente ao ar livre e bloqueiam 100% dos raios UV do sol. Outra boa opção são as lentes polarizadas, que oferecem proteção extra contra reflexos de luz que causam brilho na água, areia, estradas de concreto e outras superfícies refletivas”, acrescenta o Dr. Eduardo.

Para os motoristas, os sintomas são mais perceptíveis no período noturno, quando a vista fica ofuscada pela luminosidade dos faróis. “Essa condição pode causar insegurança ao volante e acidentes de trânsito. Para minimizar o incômodo, existem óculos especiais. Há lentes com mais filtros e que contrastam mais à noite, acentuando as imagens e separando melhor os estímulos luminosos. As lentes ideais são as de cores amarela e âmbar”, garante.

O médico ressalta que um dos fatores determinantes da intensidade da fotofobia é o tamanho da pupila. Quando maior a pupila, maior a chance de ter o sintoma. Algumas pessoas com uma cor dos olhos mais clara também podem experimentar mais sensibilidade à luz em ambientes com luz solar intensa, devido à baixa quantidade de pigmentos na íris e na retina. “O extremo dessa condição é o albinismo, ou seja, a ausência do pigmento melanina na pele e nos olhos, que ocasiona severa fotofobia. Para esses casos, os cuidados precisam ser redobrados”, afirma o especialista.

E para quem gosta de tecnologia, um alerta: pessoas que passam muito tempo em frente aos eletrônicos podem criar uma hipersensibilidade à luz, já que ao piscar menos estão propensas a desenvolver olho seco e fotofobia. “Então, procure limitar suas horas em frente aos tablet, computador, televisão e celular. É importante fazer intervalos de alguns minutos a cada duas horas. Essa pausa é fundamental para normalizar as piscadas e lubrificar novamente os olhos”, finaliza o Dr. Eduardo Rocha.

Fonte: Divulgação