Mais de 6,5 milhões de brasileiras sofrem com os sintomas da endometriose. A estimativa é de que sejam 1 a cada 10 mulheres em idade fértil. A doença é pouco conhecida, muitas vezes negligenciada pelos profissionais e demora a ser diagnosticada.
Segundo a ginecologista Jordanna Diniz, do Centro de Medicina Fetal, os sintomas são: dores muitas vezes incapacitantes, como cólicas fortes e progressivas (que pioram ao longo do tempo), dores durante a relação sexual, desconforto ao evacuar e urinar e até mesmo dores na região lombar e nas coxas. “Se o tratamento não for feito de forma adequada pode levar a obstrução intestinal, se houver comprometimento extenso do intestino, e a perda das funções renais, caso a bexiga e os ureteres sejam prejudicados. A endometriose pode levar inclusive à infertilidade”, explica a médica. A ginecologista ressalta que para diagnosticar a doença é preciso fazer um exame mais detalhado, como ressonância magnética de pelve ou ecografia transvaginal com preparo intestinal.
Confira a baixo os Mitos e Verdades sobre a endometriose:
– É uma doença silenciosa, que não apresenta sintomas (MITO)
Os principais sintomas associados a endometriose são: cólicas intensas, incapacitantes no período menstrual, dor pélvica crônica, dor durante o ato sexual, alterações intestinais cíclicas (distensão abdominal, sangramento nas fezes, constipação, dor ao defecar e dor anal no período menstrual), alterações urinárias cíclicas (dor ao urinar, sangramento urinário e urgência miccional no período menstrual), dores que irradiam pra região lombar e pernas e também sintomas respiratórios associados a infertilidade.
-A endometriose está diretamente ligada ao desenvolvimento do câncer no ovário. (MITO)
A endometriose é uma doença predominantemente benigna, tendo associação com casos de casos de câncer de ovário relacionados a doença em no máximo 5 a 10% dos casos, portanto não podemos fazer essa relação direita.
– A endometriose pode levar à infertilidade. (VERDADE)
Endometriose é uma doença ginecológica crônica, benigna, estrogênio-dependente e de natureza multifatorial que acomete principalmente mulheres em idade reprodutiva. Pode ser definida pela presença de tecido que se assemelha à glândula fora do útero, com predomínio, mas não exclusivo, na pelve feminina, podendo acometer também diafragma, área cardíaca e raízes nervosas. Essas células fora do seu local original causam um processo inflamatório crônico distorcendo a anatomia original da pelve e demais órgãos, favorecendo surgimento de áreas de fibroses e aderências entre os tecidos que levam a sintomatologia referida pelas pacientes.
Essa doença acomete 1 a cada 10 mulheres no mundo, podendo cursar com infertilidade associada em 30 a 50% dos casos.
– A endometriose tem cura (MITO)
A endometriose deve ser abordada como uma doença crônica e merece acompanhamento durante a vida reprodutiva da mulher. Portanto, não podemos falar de cura, mas sim de manejo dos sintomas e manutenção da qualidade de vida das pacientes. O tratamento pode ser clínico, com uso de medicamentos e manejo junto a equipe multiprofissional, ou cirúrgico a depender do grau de extensão da doença e sintomatologia da paciente.
– Cirurgia robótica é uma alternativa à laparoscopia convencional (VERDADE)
A cirurgia robótica permite movimentos mais precisos e o permite melhor alcance de áreas da pelve profunda onde possuímos nervos e estruturas nobres acometidos pela endometriose. Dessa forma para casos selecionados a paciente se beneficia do tratamento através da cirurgia robótica tendo excelência em seu tratamento, mesmo em casos mais difíceis, por esse avanço tecnológico.
– A endometriose pode atingir outros órgãos. (VERDADE)
A doença é predominantemente de pelve feminina, podendo acometer intestino, bexiga, mas também diafragma, área cardíaca e raízes nervosas.
– Usar anticoncepcional por muito tempo pode esconder o problema. (MITO)
Muitas pacientes podem apresentar dores pélvicas crônicas e os demais sintomas relacionados mesmo com o uso de anticoncepcionais. Em caso de uso de anticoncepcional continuo os sintomas podem ser minimizados, por isso sempre importante acompanhamento periódico com médico especializado.
Fonte: Divulgação