No Dia Mundial Sem Tabaco, especialistas alertam sobre os efeitos do Tabaco no organismo

Pesquisas clínicas já comprovaram que o tabaco causa complicações ao organismo e está relacionado à incidência de problemas como câncer e AVC. De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS) o tabaco mata cerca de 8,2 milhões de pessoas por ano. Dessas mortes, 7 milhões são de fumantes e mais de 1 milhão de não fumantes expostos ao fumo passivo.

Segundo o pneumologista do Hospital Anchieta, Dr. Vitor Codeço, são diversos os efeitos do tabaco no organismo, sendo o sistema respiratório um dos mais prejudicados. ”O dano causado se dá pela presença de substâncias irritantes e nocivas no cigarro, que se depositam nos pulmões e vias aéreas. São milhares delas em um único cigarro. Outro problema é a lesão térmica que o ato de fumar pode causar”, destaca.

Dados da OPAS revelam que o hábito de fumar não afeta apenas fumantes ativos. Dos mais de 8 mil mortos devido ao tabagismo, cerca  1,2 milhão são fumantes passivos. Nesse sentido, o pneumologista ressalta que “o tabagismo passivo, pode ser tão grave quanto o tabagismo direto, a depender da intensidade da exposição, e por esse motivo, deve ser tão evitado quanto o fumo direto”. No coração, o fumo passivo também pode causar doença coronariana.

Ao menos 7 mil produtos químicos estão presentes no fumo do tabaco, dentre eles substâncias prejudiciais e cancerígenas.  De acordo com o cardiologista do Hospital Anchieta, Dr. Thiago Germano, no sistema cardiovascular “essas substâncias deletérias aceleram o processo de aterosclerose, ou seja, o estreitamento das artérias que reduz o fluxo de sangue dos órgãos vitais como o cérebro, o coração, e outros territórios arteriais, o que aumenta a incidência em quase três vezes de infarto miocárdico em homens tabagistas, além da maior prevalência de doença arterial periférica, aneurisma da aorta e acidentes vasculares cerebrais”.

No caso das mulheres, o tabagismo relacionado ao uso de anticoncepcionais orais pode aumentar a incidência de complicações cardíacas e pulmonares.  Segundo Dr. Thiago Germano, “o risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar etromboflebite, chega a ser dez vezes maior em relação as que não fumam e usam este método de controle de natalidade”.

Cérebro

A neurologista da NeuroAnchieta, Dra. Keila Galvão, explica que os efeitos do tabaco no cérebro estão relacionados à complicações vasculares ateroscleróticas levando à doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, manifestadas como coronariopatias com angina e infartos cardíacos ,e ateromatose de grandes cervicais e grandes e pequenos vasos cerebrais.

“Na doença aterosclerótica há formação de placa em qualquer segmento vascular do corpo, incluindo o sistema nervoso central, que pode gerar infartos aterotrombóticos; ou seja, uma placa solta um fragmento que vai impactar em um vaso de calibre menor, provocando isquemia e consequentemente infarto. Neste evento ocorre obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para determinada região cerebral com sofrimento e morte das células cerebrais, os chamados Acidentes Vasculares Encefálicos (AVE), cujas limitações ou sequelas são muito variáveis, dependendo da área perdida”, explica a especialista.

Coronavírus

Apesar de não incluir diretamente os fumantes no grupo de risco, o cenário de pandemia do novo coronavírus pode ser preocupante para tabagistas, uma vez que diversas das doenças cardiológicas e pulmonares que podem levar a um agravamento do Covid-19 estão relacionadas ao hábito de fumar. “Com os dados atuais não podemos dizer que o ato de fumar, por si, é fator de risco para evolução grave para o novo Coronavírus, mas muitas das doenças tabaco relacionadas, como o DPOC, são fatores de risco para má evolução”, explica Dr. Vitor Codeço.

Dia Mundial Sem Tabaco

Em 1987 foi criado pela OMS, o  Dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.

Fonte: Divulgação