Duas novas pesquisas sugerem que células imunológicas guardam memória da infecção pelo novo coronavírus durante meses ou até mesmo anos. Entenda
Embora ainda não esteja confirmada a duração da imunidade contra o novo coronavírus após a infecção, há cada vez mais indícios de que ela seja, sim, duradoura. É o que aponta um estudo publicado na revista Nature Medicine no útilmo dia 12 de novembro, conduzido por uma equipe do Centro Médico da Universidade de Friburgo, na Alemanha.
De acordo com a pesquisa, após a recuperação da Covid-19, células de defesa são formadas e permanecem no corpo, podendo mediar uma resposta rápida em caso de reinfecção.
“As chamadas células T de memória após a infecção pelo Sars-CoV-2 são similares àquelas formadas depois de uma gripe“, explica Maike Hofmann, um dos autores do estudo, em nota. “Estamos confiantes, então, de que a maioria das pessoas que sobreviveram à doença têm alguma proteção contra uma nova infecção.”
Para o cientista, os resultados sugerem que a imunidade contra a Covid-19 pode ser alcançada após uma infecção. “Da mesma forma, vacinas atualmente em testes poderiam fornecer proteção significativa contra o vírus”, comenta Hofmann.
Imunidade durante anos?
Outra pesquisa, esta liderada por estudiosos do Instituto de Imunologia La Jolla, nos Estados Unidos, aponta que a imunidade contra o novo coronavírus poderia durar anos. O estudo ainda não foi revisado pela comunidade científica e foi divulgado na última segunda-feira (16) na plataforma bioRxiv.
De acordo com a investigação, oito meses após a infecção pelo Sars-CoV-2, a maioria das pessoas recuperadas ainda tem células imunológicas suficientes para afastar o vírus e prevenir a Covid-19. Uma lenta taxa de declínio no curto prazo sugere que essas células podem persistir no corpo por muitos anos.
A pesquisa é a mais abrangente e de longo alcance da memória imunológica ao coronavírus até agora. Participaram do estudo 185 homens e mulheres, com idades entre 19 e 81 anos, que se recuperaram da Covid-19. A maioria teve sintomas leves e não precisou ser hospitalizada. Foram recolhidas amostras de sangue de todos os voluntários e 38 deles foram testados mensalmente para verificar a situação de vários tipos de anticorpos.
“Essa quantidade de memória provavelmente impediria a grande maioria das pessoas de contrair a doença quando hospitalizadas ou formas graves da doença por muitos anos”, disse Shane Crotty, virologista do La Jolla e coautora do estudo, em entrevista ao The New York Times.
Fonte: Revista Galileu