infertilidade feminina é um problema comum que pode estar relacionado a diversos fatores e doenças. Uma das principais causas atuais é o fato de muitas mulheres priorizarem suas carreiras e outras conquistas pessoais antes de pensarem em engravidar.

Pensando apenas pelo lado biológico, pode-se considerar que isso é um problema, já que ao longo dos anos a quantidade dos óvulos vai diminuindo e os que restam vão envelhecendo. Após os 35 anos, as chances de uma mulher engravidar naturalmente são menores.

Mas para que a mulher tenha a liberdade de escolher o melhor momento de sua vida para ter um ou mais filhos, os avanços científicos e tecnológicos têm resultado em técnicas de reprodução assistida que podem ser grandes aliadas dos futuros pais. Uma dessas técnicas é a ovodoação, realizada em conjunto com a FIV, utilizando um óvulo doado por uma mulher fértil.

ovodoação é uma possibilidade não só para mulheres com idade avançada, mas também em casos de doenças genéticas e outros problemas de fertilidade relacionados à qualidade ou quantidade dos óvulos. Para que você consiga entender melhor as características dessa técnica, leia as informações a seguir:

O QUE É OVODOAÇÃO?

A ovodoação é uma técnica de reprodução assistida na qual uma mulher fértil doa seus óvulos para uma mulher com infertilidade causada por problemas ovarianos. A ovodoação pode ser compartilhada ou voluntária, sendo a primeira mais comum.

Para que a técnica seja realizada, é necessário seguir as regulamentações da resolução 2168/2017 do Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre as regras estão:

  • a mulher doadora de óvulos deve ter no máximo 35 anos;
  • o procedimento não pode ter caráter lucrativo;
  • tanto os doadores quando os receptores devem ter seu anonimato garantido.
OVODOAÇÃO COMPARTILHADA

A ovodoação compartilhada é um procedimento que beneficia as duas partes envolvidas. Apesar de a doação ser gratuita e de não haver fins lucrativos, nesse caso a mulher que recebe os óvulos custeia parte do tratamento da doadora.

A FIV é a técnica de reprodução assistida com maior chance de sucesso e, por isso, é indicada para muitos casais inférteis. Porém, é um tratamento com o custo maior que outros procedimentos.

Quando um casal é considerado infértil e não tem condições de custear a FIV, mas a mulher tem óvulos saudáveis, há a possibilidade de realizar a ovodoação e, por outro lado, o casal receptor paga uma parte do tratamento dos doadores.

Assim, os doadores conseguem um tratamento mais acessível e os receptores conseguem realizar o procedimento com os óvulos necessários para a fecundação do embrião.

OVODOAÇÃO VOLUNTÁRIA

O procedimento da ovodoação voluntária é o mesmo da compartilhada. A única diferença é que a mulher doadora doa sem a necessidade de estar em reprodução assistida.

QUANDO A OVODOAÇÃO É INDICADA?

A ovodoação é um procedimento indicado em situações em que a mulher possui infertilidade relacionada à baixa quantidade ou qualidade de seus óvulos.

Quando há esse diagnóstico e não é identificado nenhum outro problema no sistema reprodutor feminino, nem há suspeitas de que o homem também seja infértil, o médico pode recomendar a realização da FIV com óvulos doados por outra mulher.

Alguns casos em que isso pode acontecer são:

  • quando a mulher possui baixa reserva ovariana (geralmente perto ou acima dos 35 anos);
  • quando há falência ovariana prematura (menopausa prematura);
  • quando já foram realizados outros tratamentos, sem sucesso, possivelmente pela baixa qualidade dos óvulos.

Além disso, a ovodoação também é indicada para mulheres que, mesmo com óvulos em boa quantidade e de boa qualidade, possuem doenças genéticas e não querem correr o risco de transmiti-las para o bebê.

COMO É REALIZADA A TÉCNICA DE OVODOAÇÃO COMPARTILHADA?

O primeiro passo para realizar a ovodoação compartilhada é a escolha da doadora. Esse procedimento é de inteira responsabilidade da clínica de reprodução assistida, pois, como já dito, doadores e receptores não podem se conhecer e suas identidades devem ser mantidas em sigilo.

Depois da triagem inicial, a possível doadora passa por diversos exames físicos e psicológicos, incluindo o teste de reserva ovariana e rastreio de doenças hereditárias. Após a confirmação de que a mulher está apta a realizar a doação de seus óvulos, os procedimentos seguintes são semelhantes ao de uma FIV tradicional.

A doadora passa por uma estimulação ovariana, com o objetivo de conseguir um bom número de óvulos. O amadurecimento dos folículos é acompanhado por exames de ultrassonografia e, quando estão com o diâmetro suficiente para ovular, é feita a indução da ovulação.

Cerca de 36 horas depois, os óvulos são coletados e submetidos a uma criopreservação. Parte dos óvulos obtidos são usados no tratamento da doadora, e outra parte é destinada à receptora em um procedimento de FIV.

No caso do casal receptor, a fecundação é feita com os espermatozoides do companheiro. No caso do casal doador, os espermatozoides usados podem ser do companheiro ou de um doador, a depender de cada situação em específico.