“Como é um evento pós-infeccioso, ele vai ser diferente em crianças e adultos, porque existe realmente uma diferença em relação à resposta inflamatória do indivíduo nas fases mais iniciais da vida e aquela que ele desenvolve quando adulto”, detalha. “Essa provavelmente é a explicação do porquê temos uma incidência maior em crianças, assim como outras doenças inflamatórias”, pontua. “Mas é bom lembrar que em junho tivemos o primeiro registro da síndrome em adulto e, de lá para cá, outros casos foram descritos também”, ressalta.
Segundo a intensivista, os sintomas podem incluir febre alta, urticárias que se espalham pelo tronco, rosto e membros, vômito, diarreia e dor abdominal. “Nos casos mais graves, pode haver uma inflamação do músculo do coração. Essa consequência é mais comum em crianças mais velhas, a partir dos oito anos de idade, e em adolescentes”, esclarece.
Camila explica que o quadro normalmente ocorre de duas a quatro semanas após a contaminação pela covid-19, mas o paciente ainda pode manifestar a síndrome em até dois meses após a infecção aguda. A boa notícia, de acordo com ela, é que existe tratamento por meio de medicamentos e eles costumam ter eficácia alta. “Além disso, apesar de ser uma doença que assusta por ser uma novidade, ela tem incidência baixa, de uma criança infectada para cada 10 mil que tiveram covid-19”, conclui.