Passado mais de um mês do início da vacinação nacional contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) comenta os principais eventos adversos que foram relatados até agora pelos imunizados. De acordo com a agência, as notificações mais frequentes relacionados às vacinas contra a COVID-19 não são graves e estão no que é considerado como esperado.

Além disso, a Anvisa informa que nenhum dado coletado apontou para a necessidade de mudanças na avaliação da segurança das vacinas. Isso porque, vale lembrar, tanto a CoronaVac quanto a Covishield (vacina de Oxford) receberam autorizações de uso emergencial e, por isso, poderiam ter a licença suspenso caso complicações fossem notificadas.

Anvisa detalha principais eventos adversos da vacina contra a COVID-19 no Brasil (Imagem: Reprodução/ Centers for Disease Control and Prevention/ Rawpixe)

Entre os principais eventos, os vacinados notificaram “dor de cabeça, febre, aquela sensação de gripe que muita gente relata pós-vacinação são os eventos mais frequentes. Então, não são eventos graves, são eventos esperados”, explicou a gerente-geral de Monitoramento de Produtos Sujeitos à Vigilância Sanitária da Anvisa, Suzie Marie Teixeira Gomes, para a TV Brasil. “São efeitos que acontecem com outras vacinas e outros medicamentos também”, comentou.

Vacinação deve continuar da mesma forma

Até esta terça-feira (23), mais de sete milhões de doses de uma das vacinas contra a COVID-19 foram aplicadas no país, de acordo com o levantamento da plataforma internacional Our World in Data. “A gerente ponderou, no entanto, que ainda é muito cedo para avaliar os dados sobre o uso das vacinas no Brasil, pelo fato de o número de vacinados no país ainda ser pequeno se comparado a outras vacinas que já são parte do Programa Nacional de Imunizações (PNI)”, explicou Gomes.

Por outro lado, “não existe, até o momento, nenhum sinal de segurança importante para que se desencadeie um processo regulatório ou uma ação regulatória”, pontuou. “Toda essa avaliação vem sendo feita desde a primeira agulhada que foi administrada na primeira dose… Então, as suspeitas que são notificadas, mais as informações adicionais de outras autoridades regulatórias, com a base de dados da Organização Mundial da Saúde, não mostraram para a gente nenhuma alteração no perfil de segurança da vacina. Isso é um ponto muito positivo”, afirmou Gomes

Mais análises sobre as vacinas contra a COVID

Nos próximos dias, a Anvisa deve receber relatórios sobre o benefício-risco dos fabricantes das vacinas CoronaVac e Covishield, com dados mais completos sobre o primeiro mês da aplicação no país. Entre os dados que serão avaliados, neste segundo momento, estão todos os eventos adversos notificados após a vacinação. Dessa forma, será avaliado se eles coincidem com as informações divulgadas nas respectivas bulas.

Segundo a Anvisa, é considerado um evento adverso pós-vacinação (EAPV) “qualquer ocorrência médica indesejada que acontece após a vacinação e que, não necessariamente, tem relação causal com o uso de uma vacina ou outro imunobiológico”. Nesse sentido, os eventos “muito comuns” previstos na bula da CoronaVac são: dor de cabeça; cansaço; e dor no local da aplicação. No caso da bula da Oxford/AstraZeneca, entre esses efeitos mais comuns estão: sensibilidade; dor; sensação de calor; fadiga; calafrio; dor de cabeça; e enjoos. De forma geral, os efeitos “muito comuns” ocorrem em um a cada dez imunizados.

Fonte: Canaltech