A educação EAD enfrenta uma nova realidade com a pandemia. Além de avanços tecnológicos, os cursos apostam em novas metodologias e na relação humanizada e mais próxima aos alunos
A pandemia do novo coronavírus acarretou diversas transformações em diferentes setores da sociedade. No cenário atual, onde as pessoas são orientadas a ficarem em casa, o crescimento da modalidade do Ensino a Distância (EAD) trouxe novos desafios e a necessidade de adequações que pudessem tornar o ensino mais inclusivo, humanizado e acessível para os alunos.
Após um ano de pandemia, a educação a distância, que já estava em expansão, se tornou a melhor opção para os estudantes de nível superior, em um modelo já digital, com metodologias e tecnologias compatíveis com o isolamento social. Os estudantes sentiram-se seguros e não houve perda de tempo ou de qualidade do ensino. Realidade diferente do ensino presencial, que enfrentou dificuldades por falta de conhecimentos metodológicos e necessidade de investimento em tecnologias. A adoção do ensino remoto, com aulas presenciais transmitidas, demorou a acontecer na maioria das instituições, levando muitos estudantes a perderem um semestre de aulas.
No mesmo período, as instituições de ensino a distância prosperaram e inovaram em um processo de melhoria contínua. A especialista Solange Ferreira de Moura, Diretora Acadêmica de Graduação da Unyleya, instituição com mais de 14 anos de atuação na área, explica que essas adaptações tornaram o ambiente acadêmico mais completo, agradável e participativo, onde o estudante é o protagonista e toda a atenção é voltada para o seu bem-estar.
“Buscamos suprir suas necessidades. Além da ampliação do quadro de docentes, adotamos várias medidas como a disponibilização, gratuita, do pacote Office 365 para todos os estudantes da Graduação. Criação de novas possibilidades de interação via Teams para todas as salas de aula além do compartilhamento de arquivos na nuvem via OneNote, excelente para as correções dos Trabalhos de Conclusão de Curso – TCC”, relata.
Mas além da acessibilidade às tecnologias, o processo de evolução do ensino a distância busca estar mais perto do aluno, com projetos e atividades que garantem ao aluno suporte acadêmico e psicológico.
Um estudo da Organização americana Challenge Success, no qual foram entrevistados 10 mil alunos, relatou que 84% sentiram algum tipo de exaustão causado pelo excesso de atividades online.
A especialista explica que isso é uma realidade. A maioria dos estudantes do ensino a distância trabalham e estudam, o que aumenta a carga de stress. As principais queixas são decorrentes das dificuldades de organização da vida acadêmica em paralelo com as demandas profissionais e familiares. Para ela, levar em conta essas questões e propor soluções é imprescindível para que o graduando não desista do curso e consiga desenvolver um plano de estudos que possa ser cumprido sem causar tanta ansiedade e tensões.
“A adoção de um Núcleo de Apoio Psicopedagógico, no qual os estudantes podem ser atendidos por professores especializados, com formação em psicologia, que os acolhem e orientam em atendimentos semanais, foi uma das soluções que adotamos. A diminuição do número de disciplinas cursadas durante o mês, também foi positiva. Ao invés de cursar de 5 a 7 disciplinas ao mesmo tempo durante o semestre, adotamos uma metodologia de ensino aprendizagem e avaliação com uma disciplina por mês. Ao longo do semestre o estudante cursa as mesmas 5 a 7 disciplinas (recomendamos 5 de cada vez), mas com o estudo intensivo de uma a uma. O rendimento é muito melhor, o nível de stress diminui e os resultados formativos são excelentes”, relata.
Foco na humanização e nas atividades fora sala de sala de aula
Assim como no ensino presencial, a graduação EAD também contempla uma formação superior que se completa fora de sala de aula. E isso precisa ser praticado em projetos que vão além das aulas, apresentação de trabalhos, provas e semanas acadêmicas. Os alunos ganham espaço para desenvolver e interagir criando uma comunidade acadêmica e humanizando as relações durante todo o seu curso, realizando saraus, clube do livro e apresentação de documentários.
“Várias atividades são promovidas com engajamento total do aluno. Na Unyleya desenvolvemos o Clube do Livro, com milhares de estudantes inscritos a cada semestre para leitura e debates. Em 2020 trabalhamos com obras de Machado de Assis (O Alienista e Dom Casmurro). No Sarau de Poesias, estudantes e professores compartilham suas poesias favoritas, comentamos a razão de suas preferências e a biografia dos autores. E para 2021, vamos inaugurar o Cine Vídeo com apresentação de documentários e roda de debates”, finaliza Solange.