Especialista explica causas e como identificar sinais da doença que afeta majoritariamente homens jovens, de 20 a 40 anos.
Quando falamos em saúde, as mulheres tendem a ser mais cautelosas que os homens. Por isso neste mês vale um alerta para a população masculina: abril é o mês voltado à conscientização e prevenção ao câncer de testículo. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de testículo é o tumor mais frequente entre homens de 20 a 40 anos, e o 2º mais comum entre adolescentes 15-19 anos, ficando atrás apenas da leucemia. Estima-se que 1 em cada 250 homens serão acometidos pela doença ao longo da vida, segundo a Sociedade Americana de Câncer.
“Os sintomas mais recorrentes são o aparecimento de um nódulo duro, sem dor, de crescimento gradual no testículo. Apenas 1/5 dos pacientes apresentarão dor ou desconforto local. Sintomas mais raros incluem sangramento na urina e aumento da sensibilidade nos mamilos. Já em casos mais avançados, podem surgir dor abdominal, edema das pernas e sintomas gastrointestinais”, comenta Felipe Machado, urologista da Oncoclínicas Brasília.
Ainda de acordo com o médico, entre os principais fatores de risco estão o histórico familiar em parentes de 1º grau (irmão e pai), criptorquidia, que acontece quando os testículos estão posicionados fora da bolsa escrotal, infertilidade e tumor no outro testículo. O diagnóstico do câncer de testículo é feito por meio da história clínica, exame físico, ultrassonografia com doppler dos testículos e marcadores tumorais no sangue.
O urologista da Oncoclínicas Brasília, explica que o tratamento inicial é sempre cirúrgico. “Caso o nódulo seja muito pequeno e os marcadores normais, pode ser feito uma biópsia durante a cirurgia, em caso positivo para câncer, o testículo é extraído. Pode ser colocada uma prótese durante a cirurgia, que traz um bom resultado estético. A função sexual e reprodutiva não é afetada, desde que o outro testículo esteja saudável”, afirma. O tratamento pode incluir ainda quimioterapia, radioterapia ou observação clínica, a depender da probabilidade de disseminação para outros órgãos. Se descoberto em fase inicial, esse tipo de câncer supera a marca dos 95% de chance de cura.
Segundo o especialista, a melhor forma de prevenir o câncer de testículo é o auto-exame. “Orientamos os homens apalparem seus testículos todo mês, assim como as mulheres fazem com o seio. Caso apareça um nódulo ou endurecimento do local, procure seu urologista”, reforça o urologista.
É importante ressaltar que se observada qualquer alteração no testículo, é essencial buscar aconselhamento médico especializado para a realização de exames complementares. Além do exame clínico para verificar se realmente há nódulos palpáveis ou alterações que sugiram câncer, para confirmação diagnóstica é indicada a ultrassonografia da bolsa escrotal, que identifica a presença de lesões.
Também são realizados exames laboratoriais para a identificação dos marcadores tumorais (alfafetoproteína, beta-HCG e LDH). Confirmado o diagnóstico, entra na fase de definir a conduta clínica e a tomografia computadorizada do tórax, abdômen e pelve é fundamental. Ela permite o estadiamento da doença e a definição de conduta terapêutica para controle do câncer.
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