Estabelecido em 2019, o Julho Amarelo é o mês de combate às hepatites virais. O intuito do mês é conscientizar as pessoas em relação aos diferentes tipos da enfermidade e reforçar ações de vigilância de saneamento como medida profilática contra essas doenças. “As hepatites virais são doenças infecciosas causadas por vírus e afetam o fígado “, explica o médico infectologista do Hospital Anchieta de Brasília, Victor Bertollo.
Um problema do sistema de saúde que tem diversas origens. O governo brasileiro se comprometeu em reduzir 90% das contaminações e 65% das mortes por hepatite até 2030, conforme firmado no Plano Estratégico Global das Hepatites Virais, da Organização Mundial de Saúde (OMS). “Apesar de infectar o fígado, cada tipo de hepatite tem sua peculiaridade”, acrescenta Bertollo.
Você sabe quais as diferenças entre os tipos de hepatite? Pensando nisso, como forma de conscientizar, trouxemos algumas informações importantes e curiosidades sobre as hepatites virais.
1- Tipos de Hepatite
2- Julho Amarelo e 28 de julho
3- Transmissão
As formas de transmissão são diversas. Os vírus da hepatite A e E podem ser transmitidos de forma fecal-oral, ou seja, por meio de alimentos e água contaminados por resíduos fecais que contenham o vírus. “Esses tipos são mais comuns em locais com pouco saneamento básico, como encontrado em alguns locais no Brasil, principalmente nas regiões Norte e Nordeste”, ressalta o infectologista.
Enquanto isso, os tipos B, C e D são transmitidos por vias sanguíneas e, também, por secreções. Dessa forma, esses tipos de hepatite podem ser consideradas doenças sexualmente transmissíveis. “O alerta para esses tipos é que o vírus pode ser transmitido de mãe para filho durante a gestação ou no parto”, acrescenta o dr. Victor.
4- Sintomas e sinais
5- Tratamento
O tratamento para tipo de hepatite possui as suas especificidades. A Hepatite A não tem tratamento específico. “O tratamento é de suporte e, nos casos mais graves, pode haver a necessidade de transplante hepático. A maioria das pessoas, no entanto, irá evoluir para cura espontânea, e a pessoa não pega o vírus mais de uma vez”, clarifica o dr. Victor.
A hepatite A e B possuem atualmente vacinas. A vacina da hepatite B é administrada nos recém-nascidos 12 horas após o parto, e depois aos três e seis meses de idade. Ao total são 3 doses. Os adultos podem tomar vacina, caso não tenham recebido quando criança. A mesma vacina pode imunizar a pessoa contra a Hepatite D.
Já a Hepatite C não tem vacina, mas existe um tratamento com altas taxas de cura. “Atualmente o tratamento é bem curto e tem baixas taxas de efeitos colaterais”, pontua o médico. Ele conclui que o tratamento tem duração média de três meses, apenas utilizando comprimidos, e está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).
Em todos os tipos, os médicos recomendam a suspensão da ingestão de bebidas alcoólicas e o início de uma dieta com pouca gordura.
6- Crianças vs Hepatite
As hepatites virais podem se manifestar diferente em um corpo infantil. No caso da Hepatite A, dificilmente o quadro se agrava, segundo o Dr. Victor. “Geralmente, as crianças que contraem o vírus não apresentam sintomas muito graves, podendo até ser assintomáticas, raramente evoluindo para formas graves”, complementa.
No caso da Hepatite B, quando uma pessoa é infectada quando criança, as chances dela desenvolver um quadro crônico são maiores. “Essas pessoas podem desenvolver complicações na vida adulta caso não sejam diagnosticadas e tratadas de maneira oportuna”, complementa o infectologista.
7- Hepatite C e HIV
8- Hepatites não virais
As hepatites podem também ser não virais, como a autoimune e a alcoólica. A hepatite autoimune acontece quando o próprio corpo começa a atacar o fígado com anticorpos. Com causa desconhecida, os principais sintomas da hepatite autoimune são dor nas articulações e abdominal, vermelhidão na pele, fadiga, redução da menstruação nas mulheres e aparecimento das veias na pele.
A hepatite alcoólica acontece por causa do consumo excessivo de álcool. Esse consumo pode levar a pessoa a ter cirrose e insuficiência hepática. Assim como na Hepatite A, os principais sintomas da hepatite alcoólica são febre, dores abdominais, falta de apetite, náusea e diarreia. No entanto, em casos mais graves, a pessoa pode ter acúmulo de fluidos no abdômen, convulsões, olhos e peles amarelados e perda de cabelo.
9- Medidas do governo
10- Prevenção e diagnóstico precoce
A prevenção contra as hepatites virais é de suma importância para diminuir a contaminação, enquanto o diagnóstico precoce diminui a chances de complicações. “O diagnóstico precoce é fundamental. Toda população acima de 40 anos deveria ser testada ao menos uma vez na vida, bem como pessoas que receberam transfusões de sangue antes de 1992, que tenha compartilhado seringas, faça uso de drogas injetáveis e inalatórias, e/ou que tenham práticas sexuais sem proteção”, finaliza o infectologista, do Hospital Anchieta de Brasília.