Me is We é uma macrotendência que tem como centro valorizar a autenticidade e o senso de comunidade, que busca entender a interconexão do bem-estar como um todo, onde cuidar da natureza é o mesmo que cuidar de si mesmo. Há uma valorização de autenticidade e narrativas sinceras, uma preocupação com histórias reais, repertório e cultivo de uma conversa com os próprios propósitos. Essa macrotendência se desdobra em algumas vertentes como Do and share e Pure Self. Conheça mais abaixo.
Do and share
Podemos observar as marcas compartilhando bastidores como prova de ética. A veracidade e responsabilidade são compromissos reais que não ficam apenas no discurso. O futuro já está sendo desenhado com características de relações mais próximas e de confiança, não só com a marca, mas também com toda a empresa e seu complexo orgânico, onde um novo papel de liderança, responsabilidade social e cultural vão muito além do produto.
O compartilhamento já está em encontro com o real e o virtual e só aumentará com a explosão de novas tecnologias. Na decoração, vemos essa macrotendência, com as casas formando maiores elos com os moradores e se tornando mais reais. Isso por conta dos questionamentos que acabamos tendo com a relação aos nossos ambientes.
Vimos uma necessidade de harmonizar a relação familiar e os espaços. Os ambientes minimalistas, mas ao mesmo tempo acolhedores, entram em cena e beneficiam essa harmonia. A casa pode ser vista hoje como uma impermanência individual, que permeia e muda com calma, do nosso modo, no nosso tempo. Na prática, a casa vira nosso banker – fortaleza – e isso faz com que agora haja uma maior necessidade de conforto, leveza, simplicidade e aconchego em nossos lares, algo bem ligado ao conceito hygge.
A busca por produtos confortáveis e que passem a sensação de estarmos mais protegidos, será uma vontade até mesmo inconsciente. Formas arredondadas, tecidos com mais toque e produtos em camadas ganham destaque.
Pure self
O pure self fala sobre a compreensão real do sistema natural, algo sobre entender-se como parte da natureza. Uma reconexão natural em conjunto da sustentabilidade.
Uma das raízes dessa tendência é a vulnerabilidade que estamos vivendo nesse momento, pois estar mais expostos acaba sendo adotado como um valor. Começamos então, a entender e valorizar o imperfeito, o humano e fazer naturalmente um resgate às nossas origens
O pure self no décor traz ambientes mais orgânicos, rústicos e sutis. Inclusive, a sutileza é uma outra raiz dessa tendência e aparece nas cores silenciosas que trazem calma nos tons inspiradas na natureza com toque natural e irregular.
Dentro dessa vertente também é possível encaixar o surgimento da arquitetura noética, a qual busca entender um pouco mais dos espaços e ir além da arquitetura tradicional, unindo tendências, funcionalidade e bem-estar, através da configuração dos ambientes. A arquitetura noética entende que há uma troca entre ambiente e pessoa.
É um resgate à essência da arquitetura para o ser humano, a fim de trazer ambientes mais alinhados e mais conscientes, tirando o melhor de cada espaço de acordo com a natureza do morador, atrelado sempre ao bem-estar e a essência.
A transformação dessa atmosfera também é movida por um sentimento de afeto e cuidado. A casa se torna templo, fortaleza, o local onde o indivíduo se sente salvo. A casa é vista aqui como uma extensão de quem mora.
Fonte: Vogue