Mudanças climáticas, ondas de calor, tempo seco, incêndios florestais, retorno do trânsito e das atividades industriais pós-pandemia podem acelerar o envelhecimento da pele em decorrência do aumento da poluição do ar.
Fala-se muito dos impactos que a exposição à poluição causa no organismo, como doenças respiratórias, cardiológicas, imunológicas e cânceres. Porém, a pele, que é a barreira protetora do nosso corpo contra o meio ambiente hostil, também sofre consequências negativas em contato direto com gases poluentes e material particulado do ar.
Para minimizar ao máximo esses efeitos, é preciso entendê-los e seguir as recomendações dos dermatologistas com cuidado e atenção.
Pele e Poluição
Assim como a radiação solar, a poluição é um agente nocivo a que estamos expostos diariamente e que acelera o processo de envelhecimento da pele. A queima de combustível automobilístico e orgânicos emite uma quantidade substancial de poluentes tóxicos incluindo material particulado, hidrocarbonetos policíclicos aromáticos, monóxido e dióxido de carbono, óxido de nitrogênio e dióxido de enxofre.
Esses poluentes, nos grandes centros urbanos, formam um nevoeiro de fumaça, agravado pela falta de chuva, e o material suspenso no ar funciona como um ‘transporte’ de produtos químicos orgânicos e metais que são capazes de gerar espécies reativas de oxigênio no interior de nossas células.
Essas partículas conseguem penetrar pelos folículos pilosos ou diretamente através da epiderme, provocando estresse oxidativo, aumentando os níveis de inflamação cutânea, acelerando o aparecimento de rugas e linhas de expressão, flacidez, alterando os níveis de pigmentação – causando manchas – além de obstruir os poros, causando problemas de acne. O ozônio é outro componente a qual a pele está exposta. Potente oxidante, ele é capaz de reagir com uma variedade de biomoléculas extra e intracelulares, além de danificar a função de barreira epidérmica .
O envelhecimento precoce é o principal resultado da exposição à poluição. É importante salientar que o envelhecimento cutâneo resulta da ação combinada de dois fatores: o intrínseco, ocasionado pelo desgaste natural das células do corpo que acontece com o passar dos anos; e o extrínseco, que ocorre por meio de agentes externos, como a poluição, exposição à luz solar, a luz de aparelhos eletrônicos , tabaco, alimentação, entre outros. Do ponto de vista preventivo, os fatores extrínsecos são de particular interesse porque podem ser modulados mais facilmente.
Cuidados
Como não é possível evitar que a pele entre em contato com a poluição, principalmente nas grandes cidades, existem cuidados essenciais que podem diminuir os impactos na cutis.
É necessário estabelecer uma rotina diária de cuidados que contenha passos de limpeza, hidratação e proteção. Para isso, é importante visitar um dermatologista, para avaliar o tipo de pele, a melhor rotina a ser seguida e também os produtos indicados. Lavar o rosto com um sabonete adequado é o primeiro passo para tirar as impurezas. Caso use maquiagem, a dica é usar um demaquilante antes de lavar o rosto. Para uma limpeza mais profunda, é recomendado sabonete esfoliante.
Como a poluição resseca e irrita a pele, é importante usar um bom hidratante, de preferência com ativos antioxidantes que combatem os radicais livres associados à substâncias ativas que formam uma barreira, blindando ou absorvendo impurezas que se depositam na pele ou no cabelo . Essa película deve ser flexível, resistente e não oclusiva, o que confere uma eficácia protetora, como a de uma “segunda pele”.
Com o progresso da ciência e tecnologia, os ativos anti-poluição foram desenvolvidos e muitos estão associados com outros ingredientes para compor uma fórmula multifuncional que além de proteger contra a poluição, tem ação antioxidante, bloqueadora das radiações UVA, UVB e luz azul (celulares), além de efeito lifting.
Dra. Lilian Odo, dermatologista nas Clínicas ODO
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