Brasil está entre os países com as maiores taxas de letalidade em decorrência da chamada infecção generalizada, com 240 mil mortes por ano
Entidades de saúde em todo o mundo discutem nesta semana sobre a sepse, doença potencialmente grave e caracterizada por um conjunto de manifestações críticas que se espalham pelo organismo, produzidas em resposta à evolução de um quadro infeccioso. O Brasil está entre os países com as maiores taxas de letalidade por sepse, também chamada de infecção generalizada.
Segundo dados do Instituto Latino-Americano da Sepse (ILAS), a estimativa de ocorrência do quadro no país chega a 670 mil casos por ano, sendo 240 mil de pacientes fatais em decorrência da doença, que durante sua manifestação pode levar a queda da pressão arterial, falência de órgãos, entre outros sintomas.
O debate do assunto visa conscientizar a sociedade sobre as medidas necessárias que podem garantir sua prevenção. A Global Sepsis Alliance (GSA) instituiu o dia 13 de setembro como o Dia Mundial da Sepse com essa finalidade, chamando atenção para os riscos desta infecção tão perigosa
A sepse é causada por bactérias e vírus, por conta de uma disfunção, que fazem com que o sistema circulatório não consiga suprir as necessidades sanguíneas de órgãos e tecidos, levando a uma condição potencialmente fatal.
Segundo a Dra. Niedja Curti, Gerente Médica do Hospital Municipal Evandro Freire/ CER-Ilha, gerenciado pelo CEJAM (Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”), embora a probabilidade seja maior em casos de pacientes que já se encontram hospitalizados para tratamento de um quadro infeccioso, existe um grupo de pessoas ainda mais suscetível à sepse.
“Qualquer pessoa pode sofrer com a infecção generalizada, entretanto, alguns grupos são mais suscetíveis a desenvolverem casos críticos de infecções. Crianças com menos de um ano, bebês prematuros, idosos, pacientes que passaram por quimioterapia, usuários de corticosteróides, portadores do vírus HIV, pacientes com câncer, diabéticos ou aqueles com doenças crônicas, como insuficiência renal estão entre os com riscos maiores”, alerta a especialista.
A médica reforça que as causas mais comuns que levam a essa disfunção são infecções nos pulmões, na pele e na região abdominal em órgãos como apêndice, intestino, rins, além de infecções urinárias ou meningite.
Como identificar a sepse?
De acordo com a Dra. Niedja, nosso organismo atua constantemente se defendendo de agentes externos, uma reação comum e que, em condições normais de saúde, pode ocorrer sem quaisquer sintomas.
“Quando o corpo não consegue fazer esse processo, a infecção faz com que o organismo lance mecanismos de defesa que prejudicam suas funções vitais”, explica a médica.
Nesses casos, o paciente pode apresentar sintomas como queda de pressão arterial, diminuição na produção de urina, falta de ar, taquicardia, alteração de consciência, fraqueza extrema e vômito.
Prevenção e tratamentos
Segundo a médica, a cura da sepse está diretamente ligada ao status clínico do paciente e a expertise da equipe médica de atuação no caso. “É necessário que os profissionais tenham sensibilidade na detecção precoce dos sinais no paciente para uma rápida atuação”, alerta.
Além disso, a disseminação de informação é fundamental para conscientizar os profissionais de saúde e a população sobre os riscos da sepse e sua gravidade. “A data é importante para fomentar a divulgação de medidas preventivas, tratamento e cuidados que contribuem para reduzir os índices de letalidade.”
Segundo a especialista, é necessário estarmos atentos, pois a sepse não acontece apenas no ambiente hospitalar. “Como medida preventiva é importante não se automedicar, cultivar hábitos saudáveis e não fazer uso desnecessário de antibióticos”, finaliza a médica.
Fonte: Divulgação