Em tempos de preocupação com a natureza e o futuro das próximas gerações, um assunto é muito bem-vindo e vem sendo discutido nas cozinhas mais antenadas do mundo. Afinal, como a alimentação pode ser mais sustentável? A responsabilidade com o planeta pode conversar com a alta gastronomia? E mais: tem coisa mais fora de moda do que o desperdício e a falta de consciência na cozinha?

Os relatórios anuais de tendências das grandes consultorias internacionais de food service mostram que as previsões para o setor vão desde proteínas diferenciadas, culinária de imigrantes, produtos regionais e chegam aos consumidores mais envolvidos com a cadeia completa do alimento. Isso inclui uma maior preocupação com o impacto da nossa alimentação no meio ambiente e na sociedade.

Essa consciência dos consumidores faz com que eles queiram saber cada vez mais a origem dos ingredientes que estão colocando no prato. Se os vegetais são produzidos na região, como era a alimentação dos animais consumidos, os processos pelos quais cada ingrediente passa… A verdade é que agora os produtores e restaurantes devem estar preparados para responder todas essas perguntas sobre a comida.

O perfil do consumidor engajado aparece com força principalmente entre os mais jovens. A geração Z (nascida entre 1995 e 2005), grandes influenciadores do comportamento alimentar das famílias, busca alimentos e que representem seus valores. Comida para eles é mais do que sobrevivência, mas uma forma de expressão.

Atitudes para uma gastronomia mais sustentável

O movimento caminha para a direção do equilíbrio de práticas viáveis e que trazem efeitos concretos para a conservação da natureza. O objetivo é incentivar que toda a cadeia envolvida no consumo se torne cada vez mais ambientalmente responsável. Uma das principais ações é a utilização de ingredientes orgânicos no preparo dos pratos e o uso racional de recursos naturais. Alimentos produzidos da maneira mais natural possível evitam a contaminação do solo e dos recursos hídricos, além de fazerem bem à saúde. O tema chega com força até nos vinhos: há uma tendência forte de crescimento da busca por vinhos orgânicos, biodinâmicos e naturais.

Outra medida muito discutida é a utilização de produtos regionais, poupando energia no cultivo e fazendo com que a emissão de gás carbônico proveniente do transporte dos alimentos diminua consideravelmente. Além disso, essa atitude ajuda a fortalecer a economia local, favorecendo as comunidades.

A biodiversidade também está em perigo e é uma tendência também não utilizar espécies ameaçadas, seja de animais ou de vegetais. Nada de servir um alimento diferentão que quase não vê mais na natureza. Relacionada a esta questão está a exploração de recursos além da quantidade e frequência permitidas, causando um grande impacto negativo na natureza.

Atualmente, consome-se cerca de 25% a mais de recursos do que a natureza consegue repor. Este dado alarmante faz com que medidas urgentes sejam primordiais, para evitar o esgotamento destes recursos. Como aproveitar integralmente os alimentos, evitando desperdícios. Todo ano toneladas de comida vão para o lixo e uma forma de minimizar isso é utilizar integralmente os ingredientes nas receitas, incluindo cascas, talos, folhas e sementes.

Nos próprios restaurantes, muitos chefs já estão criando iguarias preparadas com esses insumos que antes seriam descartados, reduzindo a geração de resíduos. A preocupação social da comida e o reaproveitamento quase total dos alimentos é um caminho sem volta e que deve aparecer ainda com mais força nos próximos anos. O ChefsClub faz questão de se relacionar com muitos restaurante que se preocupam com o ambiente e a sociedade, e vários deles estão disponíveis entre os nossos parceiros, com benefícios para os sócios ChefsClub. E você, já leva estas questões em consideração na hora de escolher onde comer?

 

Fonte: Chefsclub