Pesquisas promissoras realizadas nos EUA indicam relação entre células-tronco e queda capilar

(Imagem: Adobe Stock)

A perda de cabelos é uma condição comum nos indivíduos, principalmente em homens adultos. No Brasil, cerca de 42 milhões de pessoas vivem com a queda dos fios, conforme dados divulgados pela Sociedade Brasileira do Cabelo em 2019. Entre os diversos fatores que podem desencadear a calvície destacam-se principalmente fatores hereditários, além de emocionais e físicos. Como resultado, tal circunstância pode afetar a autoestima e qualidade de vida, provocando problemas de imagem e insatisfação com a própria aparência.

A calvície é o nome popular da alopecia, doença que causa a perda capilar devido a alterações hormonais e genéticas, que ocasionam o afinamento e a diminuição da produção de novos fios. Acontece que durante o processo, os folículos, responsáveis pela formação do cabelo, envelhecem e param de crescer após alguns anos sem serem substituídos pelo nascimento de outros.

De acordo com Dr. Nelson Tatsui, Diretor-Técnico do Grupo Criogênesis e Hematologista do HC-FMUSP, o tratamento clínico mais comum para a calvície é feito através do uso de medicamentos que tenham substâncias vasodilatadoras, que estimulam a circulação sanguínea no local e ajudam no desenvolvimento capilar. No entanto, o método possui apenas efeito retardador, pois não evita o enfraquecimento e a perda dos fios a longo prazo. “Em busca de procedimentos mais efetivos, os pesquisadores vêm descobrindo possíveis causas que levam à calvície, e analisam maneiras de resolver um problema que afeta milhões de indivíduos em todo o mundo”, afirma.

A solução para a alopecia androgenética pode estar nas células-tronco. Estudos realizados na Northwestern University, em Illinois nos Estados Unidos, concluíram que a queda de cabelo está diretamente ligada à “fuga” das células-tronco para fora dos folículos, impedindo o crescimento de novos fios. A análise foi feita com camundongos e identificou que dois genes, FOXC1 e NFATC1, são responsáveis por manter o material celular nas estruturas capilares. “A pesquisa se revela bastante promissora, pois tem potencial de mudar o percurso para a cura da calvície. Com os próximos experimentos, será possível definir a aplicabilidade da técnica em humanos e formas de aperfeiçoar o uso para tornar acessível à todos”, analisa Tatsui.

O hematologista salienta que outras pesquisas já haviam sido elaboradas anteriormente, contudo explica que a principal vantagem do método atual é que os cientistas conseguiram controlar a forma e direção com que os folículos nascem, além do seu crescimento. “O tratamento atual se apresenta como futura alternativa ao implante capilar, que tem diversas desvantagens, como o valor exorbitante, chance de rejeição e aspecto artificial, e cicatrizes que se formam na região da cabeça”, conclui.

Fonte: Divulgação